No início do ano findo (2020), concretamente nos meses de Janeiro e Fevereiro, um grupo armado atacou a povoação do posto administrativo de Bilibiza no distrito de Quissanga, situada a cerca de 120 quilómetros a norte de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado. Os ataques afetaram o referido instituto agrário, um investimento emblemático que perspectivava um forte impacto social e económico na região.
Dinis Rafael diretor do Instituto Agrário de Bilibiza em Ocua, falava à Rádio Zumbo FM da importância dos jovens apostarem em várias formações que o país oferece.
Segundo Dinis Rafael, o jovem deve estar ocupado, porque é através da ocupação que eles não terão tempo para pensar em caminhos desviantes e não se deixarão aliciar com promessas tentadoras.
"Realmente o jovem deve estar ocupado, porque fora daquilo que é o processo de ensino e aprendizagem, nós devemos promover trabalhos extracurriculares, é com esta ocupação dos jovens que nós podemos fazer com que eles esqueçam-se de outros caminhos negativos, também através das nossas palestras, falando com eles o que é o futuro para eles, o perigo de ingressar em fileiras que só pode estragar o futuro deles, há muitos jovens que não sabemos por onde param" – disse o diretor do Instituto Agrário de Bilibiza em Ocua, Dinis Rafael.
Na ocasião, o diretor do Instituto Agrário de Bilibiza, antiga escola profissional de Ocua, pediu para que os parceiros interessados em ajudar o atual instituto que encontra-se instalado no distrito de Chiure, posto administrativo de Oncua, que encontra-se numa fase de recuperação, para que possam estender as suas mãos, ajudando no que puderem para o crescimento da instituição em Cabo Delgado, que foi destruída na sequência de ataques armados.
"Aos parceiros, continuem a dar mão, porque o instituto por si só não vai crescer, é preciso que o instituto tenha parcerias. Nós para além dessa nova parceira que temos que é a USAID junto da DAI, temos a fundação Aga Khan que saiu conosco de Bilibiza pra cá, e parte das infraestruturas que estão cá foram eles a construir, mas não basta, porque pra levar um padrão do instituto nessas infraestruturas, precisa de muito esforço, portanto, convidar a outros parceiros a dar mão ao instituto, porque isso faz bem para o próprio jovem, para que ele não pense em caminhos errados". – frisou Dinis Rafael
Segundo Dinis Rafael, o instituto voltará a funcionar em Bilibiza caso a situação dos ataques de homens desconhecidos termine, uma vez que as instalações do Instituto Agrário de Bilibiza que foram brutalmente afetadas, encontram-se totalmente destruídas.
"Ganhamos essas instalações que são do Estado, é mesmo que dizer que ganhamos mais um filho, regressar a Bilibiza podemos sim, porque também são instalações do Estado e não podemos fugir, mas teremos que esperar com que termine essa situação de terrorismo para que de seguida projetar o futuro, porque nunca fomos ver qual é o actual estado das instalações, só acompanhamos os relatos, porque ninguém pode se atrever a ir ver, mas a instituição foi destruída. Graças a Deus, não perdemos nenhum quadro nosso, nem estudante, estamos todos cá e com força para trabalhar, se for para regressar, podemos regressas sem nenhum problema, mas ganhamos mais um filho em Oncua". – sublinhou Dinis Rafael diretor do Instituto Agrário de Bilibiza em Oncua.
Aquele dirigente, aproveitou a ocasião para apelar à população que pensa a não existência do instituto de Bilibiza, depois dos ataques registados no posto administrativo de Bilibiza nos meses de Janeiro e Fevereiro do ano findo, a apostar nos cursos que a atual escola oferece em Oncua, uma vez que as suas salas ganharam um novo perfil, e que o instituto está a receber estudantes de todos os pontos do país, devido a excelente qualidade de ensino.
"Tenho ouvido relatos que dizem que Bilibiza já não existe, não é tão bem assim, nós existimos e estamos a receber infraestruturas reabilitadas, estamos a receber estudantes de todos os pontos do país, porque nós apostamos na qualidade, por isso que sempre que lançamos as vagas muitos que concorrem saem de fora, tudo em reconhecimento daquilo que é a qualidade, portanto nós existimos, é certo que não estamos em Bilibiza, mas estamos nas instalações da Escola Profissional de Oncua, no distrito de Chiure, com a mesma qualidade, mas com falta de algumas infraestruturas" – concluiu Dinis Rafael.(x)