Os laboratórios Pfizer e BioNTech realizarão a etapa final da produção de sua vacina contra a Covid-19 na Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 2022, para abastecer em grande parte o continente africano onde a falta de doses retarda as campanhas de imunização.

A dupla EUA-Alemanha fez parceria com o Grupo Biovac com o objetivo de fornecer até 100 milhões de doses por ano "exclusivamente" para os 55 "países membros da União Africana", de acordo com um comunicado detalhando a primeira parceria da aliança fora da Europa e América do Norte .

O soro sairá das fábricas europeias dos dois laboratórios, que manterão o controle da fabricação do RNA mensageiro, a etapa mais delicada e crucial. A fase de engarrafamento será realizada na Cidade do Cabo.

A transferência de tecnologias e a instalação das máquinas necessárias à participação na fabricação vão começar "imediatamente", segundo nota de imprensa.

"Este é um passo crucial para fortalecer o acesso sustentável às vacinas" e a colaboração "permitirá uma distribuição mais ampla de doses para pessoas em comunidades de difícil acesso, especialmente no continente africano", comentou Morena Makhoana, CEO da Biovac.

As desigualdades geográficas continuam gritantes diante da pandemia, com de um lado as nações desenvolvidas que implantaram programas de vacinação em todo o lugar, e do outro os países mais pobres, muito tardiamente: 1,6% das doses administradas no mundo todo foram na África, o que representa 17% da população mundial, segundo dados compilados pela AFP.

"Esta é uma ótima e boa notícia", disse à AFP John Nkengasong, diretor do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças (CDC da África). Na luta contra a pandemia, “cada ação conta”, acrescentou.

A OMS estimou recentemente que apenas 2% dos africanos, ou 16 milhões de pessoas, foram totalmente imunizados.

Atualmente, outra vacina Covid-19, a Janssen de dose única da Johnson & Johnson, está sendo engarrafada em uma fábrica na África do Sul.(x) Fonte:Africanews