O som de tiros interrompeu o funeral do falecido presidente haitiano, Jovenel Moïse, morto a tiros há duas semanas.
Os EUA e outras delegações saíram mais cedo após o início do tiroteio.
Os manifestantes culparam alguns dos que estavam no serviço pela morte do líder.
As autoridades acusam mercenários estrangeiros do assassinato, mas as dúvidas sobre o ataque permanecem.
A viúva do presidente Martine, que foi ferida no ataque e tratada no hospital nos Estados Unidos, estava no funeral com três de seus filhos.
"Clame por justiça. Não queremos vingança, queremos justiça", disse ela, de acordo com a agência de notícias Reuters.
O caixão do presidente foi carregado por homens em uniforme militar. Ele se sentou em um palco com uma bandeira haitiana, rodeado por flores brancas. Um padre católico romano o abençoou.
Mas nem mesmo o funeral escapou da agitação sofrida pelo Haiti por tanto tempo.
Os manifestantes entraram em confronto com a polícia fora do local e testemunhas sentiram cheiro de gás lacrimogêneo na cerimônia, mas parece que ninguém ficou ferido.
Alguns funcionários enfrentaram a raiva dos manifestantes, com o chefe da polícia Leon Charles acusado de ser um "assassino".
A polícia haitiana acusa um grupo formado por 26 colombianos e dois haitianos americanos de realizar o assassinato. Pelo menos 20 foram detidos, enquanto três foram mortos pela polícia e cinco continuam foragidos.
Moïse, 53, era presidente do Haiti, o país mais pobre das Américas, desde 2017. Seu mandato foi difícil porque ele enfrentou acusações de corrupção e houve manifestações generalizadas contra ele no início deste ano.
Também nesta semana, um novo primeiro-ministro, Ariel Henry, foi empossado após uma disputa política com um rival.
Ele pediu unidade e disse que formaria um governo temporário até as eleições, previstas para setembro.(x) Fonte:BBC