Em plena pandemia, vários produtos passaram a ser encomendados através de serviços online em Moçambique. Modelo ainda gera receios quanto a possíveis burlas. Governo não consegue cobrar taxas de venda nas redes sociais.
Na província de Inhambane, as mulheres comerciantes encontraram na internet uma forma de reverter o esfriamento das atividades económicas provocado pela pandemia de Covid-19. O encerramento de empresas nos últimos meses aumentou o número de desempregadas e muitas trabalhadoras viram formas de buscar meios alternativos para gerar renda e novos negócios em serviços online.
Olinda Samuel é um exemplo disto. Ela perdeu o emprego e abraçou o comércio via internet para vender artigos, como calçados e vestuários para homens e mulheres. Samuel lamenta que a busca ainda seja baixa devido à falta de dinheiro dos clientes.
Segundo a empreendedora, "nem todos aceitam depositar 50% do dinheiro para encomendar o produto”, isso faz com que a confiança seja um pilar do negócio.
Com Hudaifa Ismael, a situação é a mesma. Quando o pagamento não é completo na hora da encomenda, paga-se 50% primeiro, e então, quando vai-se levantar o pedido, paga-se o restante. Ela faz bolos para festas de aniversários e tenta ampliar o alcance do seu negócio fazendo propaganda para um maior número de pessoas nas redes sociais. "Tenho feito publicidade no WhatsApp e no Facebook.” afirma.
Risco de burla
Para os clientes, a venda online dos produtos também é vantajosa, mesmo através das redes sociais. Sandra da Costa tem o costume de realizar compras na internet e diz que acreditar ser oportuna a ideia da "boutique virtual”.
Ela explica que a loja publica os artigos no WhatsApp e, caso a cliente tenha interesse, entra em contacto para encomendar da peça pagando metade do valor. O restante, paga-se no levantamento da peça.
Vários produtos são colocados na internet, mas há perigo de burla tanto da parte de vendedores como de compradores. Lucas Vilankulo tem uma loja virtual para a venda de vários tipos de produtos.
Ele já sofreu diversos calotes e explica que, "para não sofrer burla, não pode ser tão ganancioso para vender, tem que perceber como que a pessoa quer comprar, onde que ela está e qual meio de pagamento”.
O comércio na internet não é controlado pelo Governo de Moçambique, exceto em casos de importações. Por isso não existe dados concretos de quantas pessoas fazem este negócio na região. Benilde Macuamule, directora provincial da indústria e comércio em Inhambane, afirma à DW que muitos cidadãos que fazem comércio nas redes sociais não têm licença para exercer a atividade. Macuamule garante que em breve a situação pode vir a mudar através de reastreio e cobranças por parte das autoridades.(x) Fonte:DW