296 soldados do Botswana deixaram hoje o seu país para se juntarem a missão militar da SADC que deve atuar em Cabo Delgado.
No seu discurso de despedida aos soldados tswanas que embarcavam para Cabo Delgado, na manhã desta segunda-feira (26.07), no aeroporto internacional Sir Seretse Khama, a norte de Gaborone, o Presidente Mokgweetsi Masisi, disse, entre outras coisas, que "o seu foco principal como Forças de Defesa do Botswana (BDF em inglês) neste desdobramento será prescrito pelos seus respetivos comandantes na missão" e assegurou: "Tenho plena confiança de que executarão a vossa tarefa com equidade e não farão nada que prejudique a boa imagem das Forças de Defesa".
O Governo do Botswana anunciou a despedida dos soldados com um vídeo no Twitter, adiantando que "o Presidente Dr. Mokgweetsi Masisi está a despedir-se de um contingente da BDF que parte para Moçambique como parte de uma força da SADC".
A Presidência do Botswana afirmou ainda em comunicado que "o contingente das Forças de Defesa do Botswana vai trabalhar intensamente com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e outras forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para incluir países que têm acordos bilaterais com a República do Moçambique em setores de responsabilidade designados na Região de Cabo Delgado”.
Os soldados tswanas vão integrar uma missão militar da SADC, acordada pela organização regional, para melhor fazer frente ao terrorismo que desde finais de 2017 atinge Moçambique. Estima-se que mais de 3000 pessoas já tenham morrido.
Ainda na hora da partida, dirigindo-se aos seus soldados, Masisi disse: “Exijo nada menos de vocês do a que observância das Leis do Conflito Armado prescritas internacionalmente na vossa profissão de militares, bem como do Acordo de Estatuto da Força que estabelece o quadro sob o qual o pessoal da missão da SADC em Moçambique irá operar”.
As denúncias de violação dos direitos humanos por parte dos soldados moçambicanos em Cabo Delgado têm sido frequentes. Diversos setores da sociedade moçambicana receiam um escalar da situação com a chegada de forças externas.
As contas
De acordo com o jornal tswana Mmegionline, o Presidente Masisi revelou que cada membro da SADC que contribui com tropas para esta missão no norte de Moçambique custeia as suas próprias despesas, juntamente com a assistência do secretariado da organização.
“A sua implantação ocorre num momento em que o país está a enfrentar desafios económicos que foram exacerbados em grande medida pela pandemia de Covid-19, que está a causar enormes danos à saúde, a economia e sociedade de todas as nações”, lembrou o estadista.
Para além das forças da SADC, que agora começam a chegar ao país, está no terreno uma missão militar do Ruanda, no âmbito de um acordo bilateral entre Maputo e Kigali. Os cerca de mil homens ruandeses já atuam no terreno, de acordo com a imprensa moçambicana. (x) Fonte:DW