Na Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, Filipe Nyusi defendeu que a COVID-19 lançou um alerta que o mundo não deve ignorar, pelo que “é preciso investir mais na saúde”.
O Chefe do Estado moçambicano diz que o desenvolvimento das economias só voltará ao normal quando forem eliminadas as fragilidades colocadas a “nu” pela pandemia que, quando ninguém esperava, colocou o mundo de joelhos e as contas dos países no vermelho.
A posição foi manifestada no segundo dia da 13ª Cimeira entre os Estados Unidos e África, onde os países buscam caminhos para uma parceria mais forte.
“Investiu-se pouco na investigação científica a nível global, incluindo neste caso em que fizemos poucas parcerias para o fabrico de medicamentos e vacinas. Acredito que, depois desta fraqueza que o mundo exibiu perante a sensibilidade da saúde, as coisas vão mudar”, disse o Estadista.
As coisas devem mudar na saúde para que melhorem nas economias, é por isso mesmo que Filipe Nyusi aproveita a abertura do Governo de Joe Biden para apelar para mais investimentos americanos em Moçambique.
“Quero convidar mais empresários americanos a investirem na agricultura, infra-estruturas e energia, que são áreas bastante desafiantes. O investimento pode ser canalizado através das Pequenas e Médias Empresas, porque elas é que fazem a economia”, avançou Filipe Nyusi.
Um apelo que é feito numa altura em que os níveis de confiança para investir em Moçambique reduziram drasticamente, por conta do terrorismo em Cabo Delgado. Aliás, na sua única comunicação à Nação sobre o terrorismo, Nyusi disse que a situação criou drásticos impactos à economia do país, afectando a província na ordem de USD 116 milhões.
O Presidente da República lembrou que, na sequência dos ataques em Palma, a Total suspendeu todas as actividades de implementação do projecto Golfinho/Atum, em Afungi, incluindo os contratos com os construtores, fornecedores de serviços e bens e de mão-de-obra.
Segundo o Estadista, a suspensão teve impacto directo de cerca de USD 116 milhões de volume de negócios. Foram afectados 3.5 mil trabalhadores, incluindo os da Tota que ficaram com contratos de trabalho suspensos. Foi suspenso o desembolso do primeiro financiamento estimado em cerca de USD 1.165 milhões, dos quais cerca de USD 800 milhões que eram para fazer face aos custos financeiros”, afirmou Nyusi.
São desafios que Moçambique se empenha para superar com a ajuda de forças externas, vindas dos países da SADC e do Ruanda que não devem servir como bloqueios para os investimentos.
Da reunião, Filipe Nyusi participa igualmente como Presidente em Exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
O comércio entre África e os Estados Unidos representa apenas 1,5% do comércio exterior de Whashington, mas não significa que os EUA tenham abandonado o continente.
Estes encontros são usados para debater caminhos para aumentar as trocas comerciais entre África e os Estados Unidos da América.(x) Fonte; OPais