A pobreza é tida como a principal causa do tráfico humano em Moçambique, factor a que se juntam a ausência de oportunidades de emprego, busca de melhores condições de vida, demanda por mão-de-obra barata e para a prostituição forçada, baixo nível de escolaridade e discriminação das mulheres no acesso aos serviços de educação.
O sociólogo Francisco Matsinhe acaba de fazer um estudo sobre esta matéria para a Organização Justiça Social, e diz que a vulnerabilidade das mulheres e crianças afectadas pela guerra em Cabo Delgado, faz com que existam grupos de criminosos que actuam para violar os direitos dessas pessoas.
Matsinhe diz ainda que a corrupção e políticas migratórias restritivas, que contribuem para o agravamento da vulnerabilidade das pessoas ao tráfico, faz com que seja difícil avaliar a dimensão do problema em Moçambique.
Por seu turno, Ângela Massango, do Grupo de Referência Contra o Tráfico de Pessoas, diz que situações desta natureza ocorrem um pouco por todo o país, "mas, nos últimos, as zonas sul e norte, têm-se destacado em termos de ocorrência de casos de tráfico de pessoas".
O Ministério Público reconhece as dificuldades que enfrenta para fazer face a este problema, porque "ao nível dos traficantes, existe uma cadeia bastante grande constituida por aquele que vai recrutar, aquele que transporta e ainda aquele que acolhe a pessoa traficada no lugar de destino".(x) Fonte:VOA