AS forças conjuntas de Moçambique e Ruanda têm o “controlo” das posições dos terroristas conquistadas nos últimos dias em Mocímboa da Praia e o objectivo é recuperar a sede da vila, há meses dominada por rebeldes, disse fonte oficial.

“A situação operativa é calma e controlada aqui. A força moçambicana, com a parte irmã ruandesa, estão a combater o terrorismo e vamos para frente”, disse à comunicação social Aiuba Amade, um dos comandantes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da Polícia da República de Moçambique (PRM) que está na localidade de Awasse, um dos pontos “importantes” dos rebeldes recuperado nos últimos dias pela força conjunta.

Além de Awasse, cerca de 50 quilómetros da vila sede, a força conjunta ocupou as posições dos terroristas em Diaca, tendo apreendido diverso material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, disse à Lusa, na terça-feira (03), uma fonte ligada ao Ministério da Defesa.

O comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, continua no terreno e quarta-feira (04) apelou à união entre as forças dos dois países nas operações que visam eliminar os grupos terroristas naquela região.

 “Não temos prazo para terminar este combate contra o terrorismo, mas vamos trabalhar a todo o custo para devolvermos a paz e a harmonia do povo moçambicano, sobretudo nos distritos afectados”, declarou Bernardino Rafael.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a “base” dos insurgentes, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado.

A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de Março de 2020, e foi, em 27 e 28 de Junho do mesmo ano, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique contam, desde o início de Julho último, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.

Além do Ruanda, Moçambique tem agora apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), num mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" aprovado em 23 de Junho, numa cimeira extraordinária da organização regional na cidade de Maputo que debateu a violência armada naquela província, havendo militares de alguns países-membros já no terreno.(x) Fonte: LUSA