Grupo de cidadãos avança com uma petição para “Remoção de monumentos pró-esclavagistas e coloniais em Cabo Verde”. O documento é subscrita por cerca de dois mil cabo-verdianos.
A petição para “Remoção de monumentos pró-esclavagistas e coloniais em Cabo Verde” foi entregue ao presidente da Assembleia Nacional pelo promotor da iniciativa, Gilson Varela Lopes, que considera que o descobridor português Diogo Gomes foi também “traficante de escravos”. Por isso, afirma que, à semelhança de outros monumentos, a estátua de Diogo Gomes deve ser removida.
“Neste momento estamos na fase de contestação racial e de reclamação por justiça, porque a escravatura não fez só mal na altura, ceifou a vida de cerca de 8 milhões de pessoas e ainda hoje todos nós africanos sofremos com algum estigma e penso que faz todo sentido, pelo menos lançar o debate sobre descobridores que foram também esclavagistas.
Diogo Gomes não foi só um descobridor, foi também um traficante de escravos, e nesse sentido é necessário possivelmente criar uma comissão de historiadores para investigar exatamente o que aconteceu”, disse Gilson Varela Lopes
Ainda em declarações à imprensa o promotor da petição para “Remoção de monumentos pró-esclavagistas e coloniais em Cabo Verde” explicou que a ideia não é apagar a história, mas sim ensinar e contar a história de Cabo Verde tal como aconteceu.
“Não é apagar a história, a história nunca vai ser apagada, como é o exemplo de Alemanha onde não existe símbolos de Adolf Hitler em lado nenhum, mas existe o Museu de Auschwitz”, adiantou Gilson Varela Lopes.(x) Fonte:RFI