Numa altura em que não se têm registado ataques no centro de Moçambique, Ossufo Momade disse, esta terça-feira (17.08), que não é possível saber se Mariano Nhongo está a "planear" algo.
Há vários meses que nas províncias de Sofala e Manica, no centro de Moçambique, não se registam ataques armados contra viaturas civis nem ao longo das estradas número um e seis nem nas aldeias recônditas.
Este silêncio, que sucede a uma vaga de ataques que teve início em 2019 e que foi atribuída à autoproclamada Junta Militar da RENAMO, liderada por Mariano Nhongo, está a preocupar o presidente do partido RENAMO.
Esta terça-feira (17.08), em declarações aos jornalistas, após uma visita de trabalho à província de Sofala, Ossufo Momade congratulou-se pelo silêncio das armas no centro do país, mas disse-se também preocupado com o facto do líder da Junta Militar dissidente do seu partido, a RENAMO, continuar incontactável e em silêncio.
"Ali, onde ontem não se passava, hoje já se passa. Há circulação para Macorococho, para Gruja, aqui na estrada nacional. Esse é um sinal de que ele [Mariano Nhongo] não está aqui perto, não porque eu saiba onde ele está. Nunca tive contacto com ele. É muito difícil dizer se Mariano Nhongo está fora de circulação, estaria a mentir", esclareceu.
Ossufo Momade apelou assim ao Governo moçambicano para que reforce a segurança a todos níveis. Segundo o líder da RENAMO, é "preciso que o Governo continue a manter a segurança, na medida em que não sabemos o que ele [Mariano Nhongo] está a planear. Quem pode saber o que está a planear são os seus colaboradores".
Pagamento de subsídios
Em Sofala, Ossufo Momade prometeu manter um encontro na quinta-feira (19.08) com o corpo diplomático para falar sobre a interrupção do pagamento de subsídios aos desmobilizados do partido abrangidos pelo processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). O líder da RENAMO lembrou que, "quando estavam nas bases, os guerrilheiros tiveram promessas e nós gostaríamos que estas promessas fossem materializadas, e não é o que está a aocntecer".
Ainda sobre os desmobilizados, Momade denunciou uma alegada perseguição dos antigos guerrilheiros desmobilizados em 1994 no âmbito da assinatura do Acordo Geral de Paz.
"Encontramos aqui um cenário muito negativo, porque eles usam o nome de Nhongo para intimidar os nossos quadros. Vão lá para Macorococho, Gruja, alegando que os desmobilizados de 1994 são colaboradores de Nhongo, o que não é verdade", frisou Momade aos jornalistas.(x) Fonte:DW