São precisos 500 milhões de euros nos próximos quatro meses para alimentar 11 milhões de afegãos. O apelo é da ONU e foi feito esta segunda-feira numa conferência sobre o Afeganistão.
Com a retirada norte-americana e o regresso dos talibã, o país está paralisado e dependente da ajuda internacional. Nos mercados de Cabul, há recheios de casas à venda e cada vez mais gente desesperada a vender bens de uma vida para sobreviver.
Por toda a capital do Afeganistão, cresceram também os campos de deslocados e há milhares de recém-chegados à cidade em pobreza absoluta.
A ONU confirma já que a retirada militar norte-americana e o regresso dos talibã paralisaram economicamente o país e agravaram ainda mais a atual crise. Em conferência internacional, ficou um apelo urgente: são precisos pelo menos 600 milhões de dólares - 500 milhões de euros -, para alimentar os afegãos nos próximos quatro meses.
A ONU está ainda preocupada com os Direitos Humanos sobretudo das mulheres. Os talibã anunciaram que haverá ensino universitário feminino, mas em salas separadas e só com professoras. Nos outros graus de ensino e sectores da sociedade afegã, ainda é considerado maior o retrocesso.
Este início de semana ficou, entretanto, marcado por um tímido sinal de normalização. No aeroporto de Cabul, aterrou o primeiro voo comercial internacional desde 15 de agosto e do controlo talibã do país.
A bordo do avião, precedente de Islamabad, do vizinho Paquistão, havia mais tripulantes que passageiros. Quase todos eram jornalistas interessados em cobrir a nova realidade afegã.(x) Fonte: SIC