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segunda-feira, 20 setembro 2021 11:52

Cultura: Timóteo Cuche adquire grau Mestre em música

O saxofonista moçambicano Timóteo Cuche, 36 anos, terminou o seu Mestrado em Música – Especialização em Etnomusicologia e Estudos em Música Popular na Universidade de Aveiro.

Timóteo iniciou a sua aprendizagem musical aos 13 anos, na Escola Nacional de Música, como atividade extracurricular. Com o tempo foi ganhando paixão pela música e, depois de concluir o ensino secundário, decidiu frequentar a licenciatura em Música na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, a primeira turma do curso.

Antes de ir a Portugal, Timóteo actuava como músico freelancer e também como membro de bandas musicais (banda TP50, More Jazz Big Band, UEM Youth Band e o seu projeto musical, Kuche Quartet). É docente na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane.

A frequência do Mestrado em Música é o culminar de três tentativas para estudar na Universidade de Aveiro: nas duas primeiras entrou no mestrado, mas por questões financeiras e burocráticas acabou por abandonar a ideia. Quando teve conhecimento das bolsas de estudo PROCULTURA, não desperdiçou a oportunidade e consegui ser um dos selecionados, que lhe permitiu concretizar este sonho.

A sua trajetória como músico e instrumentista moçambicano ditou a escolha do tema para pesquisa de mestrado: “Moçambique em Portugal: estudo etnomusicológico sobre os músicos migrantes”. Como migrante em Portugal começou a interessar-se em saber como é realizada a divulgação da música moçambicana em Portugal: “Durante o primeiro ano do mestrado tive contacto com alguma biografia sobre a produção musical em Portugal e nestas leituras notei a escassez de informação relativa à produção musical de músicos moçambicanos radicados neste país. Assim, decidi desenvolver um trabalho com vista à divulgação da música do meu país em Portugal”.

Cuche, espera que os estudos etnomusicológicos contribuíam para a tomada de decisões acertadas para o desenvolvimento da cultura em geral e da música em particular: “No meu regresso a Moçambique, como etnomusicólogo e investigador, espero desenvolver estudos que contribuam para a tomada de decisões com vista o desenvolvimento da cultura e música moçambicana”.

Prestes a regressar a Moçambique, vai regressar também à sala de aulas, enquanto docente da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Como músico “regressarei aos palcos moçambicanos e ao convívio musical com os meus colegas na capital moçambicana Maputo. Como investigador espero escrever e publicar artigos sobre a música moçambicana dentro e fora do país”.

Aos outros bolseiros PROCULTURA deseja um bom trabalho e boa sorte na nova jornada académica. Recomenda-lhes que façam conexões com outros colegas portugueses e de outras nacionalidades, para que no futuro possam contar com uma rede de contactos mais ampla, e por último, sempre que tiverem espaço para divulgarem a sua cultura, que o façam com o maior gosto: “Em contexto migrante, a nossa cultura é um suporte importante para que possamos saber de onde viemos e para onde vamos”.

Desde o início do projeto, em 2019, a União Europeia e o Camões, I.P. atribuíram 43 bolsas internacionais de licenciatura e mestrado nas áreas da música e das artes cénicas.

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