O primeiro-ministro do Mali, Choguel Kokalla Maiga, acusou a França no sábado de abandonar o país dilacerado pelo conflito com sua decisão de retirar as tropas este ano.
Maiga disse à Assembleia Geral da ONU que lamentava o "anúncio unilateral", que disse justificar o seu governo "procurar outros parceiros", numa aparente referência ao Mali ter pedido a empresas privadas russas que aumentassem a segurança no país dilacerado pelo conflito.
"O Mali lamenta que o princípio da consulta e concertação, que deveria ser a regra entre os parceiros privilegiados, não tenha sido observado antes da decisão do governo francês. A nova situação resultante do fim da Operação Barkhane, que apresenta ao Mali um fato consumado e o expõe a um tipo de abandono em pleno voo, leva-nos a explorar formas e meios para melhor garantir a segurança, seja de forma independente ou com outros parceiros. ", leu Choguel Kokalla Maiga, primeiro-ministro do Mali, em comunicado.
Isso aconteceu depois de uma recente manifestação na capital do Mali apoiando os governantes militares do país e protestando contra a suposta intromissão estrangeira no estado do Sahel.
O protesto ocorre no momento em que o coronel Assimi Goita enfrenta uma pressão crescente das potências europeias para renunciar a um possível acordo com a empresa de segurança privada russa Wagner.
A França, ex-potência colonial - que tem milhares de soldados no Mali - alertou contra o acordo depois que relatos de que Mali estava perto de contratar 1.000 paramilitares Wagner surgiram este mês.
A ministra da Defesa francesa, Florence Parly, disse esta semana que seu governo "não será capaz de coabitar com mercenários".(x) Fonte: África News