O Ministério da Terra e Ambiente através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) participa em colaboração com a Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS) entre 25 de Setembro e 14 de Outubro de 2021 na maior exposição do ano sobre a natureza. Trata-se, da Exposição “Unidos à Natureza” que se debruça sobre o mundo da caça desportiva e a natureza que tem lugar no Centro de Exposições HUNGEXPO, na cidade de Budapeste na Hungria.
Sob o lema “Unidos à Natureza”, o evento conta com 8 pavilhões numa área de 75.000 metros quadrados onde representações de vários países do mundo, empresas, organizações internacionais, especialistas de vários cantos do mundo e público em geral estão reunidos na perspectiva de expor quer os seus bens e serviços, as oportunidades de investimento, atracções turísticas, materiais de educação ambiental, equipamentos e produtos tecnológicos ao serviço da indústria de caça e turismo de um modo geral com ênfase na sustentabilidade ambiental.
O evento vai albergar espécies de caça especiais, caçadores lendários, o maior aquário de exposição da Hungria, exposições de cães, vestuário, armas e equipamentos de caça e uma diversidade de eventos culturais. Em todas as salas de exposição, a tecnologia ajudará a trazer detalhes precisos com um foco ainda mais nítido, e fornecer experiências que não podem ser transmitidas de outra forma: os visitantes poderão fazer uso de uma série de opções tecnológicas inovadoras, que lhes permitirão aprender sobre os diversos temas da Exposição sob novas perspectivas ao mesmo tempo oferecendo uma experiência da vida real da biodiversidade única da Terra.
Em simultâneo decorre o Fórum Mundial da Conservação da Natureza 2021, uma das iniciativas mais importantes no âmbito daquela feira mundial. Para além de seis prestigiadas conferências profissionais internacionais o Fórum terá também uma série de apresentações abertas ao público em geral. O objectivo do Fórum é proporcionar uma oportunidade para que profissionais-especialistas, representantes de governos, sector privado e líderes de opinião à escala global partilhem as suas ideias sobre assuntos candentes como a coexistência entre a humanidade e a vida selvagem, a biodiversidade, o combate à caça furtiva e a protecção da natureza. Servirá igualmente para exibir as boas práticas de diferentes partes do mundo num ambiente altamente interactivo, com apresentações, painéis de discussão, instalações digitais e analógicas e outras atracções. A cerimónia de abertura oficial da Exposição e do Fórum Mundial da Natureza realizou-se no pavilhão internacional e teve a participação de milhares de representantes de diferentes quadrantes do mundo e consistiu de um painel que teve como intervenientes o Ministro da Inovação e tecnologia da Hungria László Palkovics, do Ministro da Agricultura, Florestas e Alimentos da Eslovénia, Jozé Podgoršek, do Comissário do Governo Húngaro para a Expo, Zoltán Kovács, bem como do Vice-Presidente do Conselho Internacional para a Conservação da Fauna Bravia e Vida Selvagem (CIC), Philipp Harmer.
Sobre a Participação de Moçambique
Moçambique participa no evento com dois stands, sendo um do governo (Administração Nacional das Áreas de Conservação - ANAC) e outro localizado numa área de grande visibilidade no espaço reservado aos operadores privados, onde a Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS) está integrada no bloco das Associações dos Operadores e Caçadores Profissionais de África (conhecida pela sigla inglesa OPHAA), junto das suas congéneres da África do Sul, Tanzânia, Namíbia, Zimbabwe, Zâmbia e Botswana.
O stand de Moçambique está localizado numa área estratégica do “pavilhão A”. A temática do stand destaca duas das características distintas de Moçambique, nomeadamente a beleza e diversidade das suas áreas de conservação marinhas e as de interior ilustradas por painéis amplos com fotografias em 3D da Ponta Dobela, localizada na Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro; de uma manada de Elefantes do Parque Nacional da Gorongosa e pela foto de uma manada de búfalos a perder-se de vista nas planícies do complexo de Marromeu. A ilustrar parte do património cultural do país, a parte traseira do stand do país exibe um imponente painel com a imagem das pinturas rupestres do Parque Nacional de Chimanimani, que constituem registo da cultura material dos povos Khoisan, ou Bosquimanos, caçadores-recolectores que habitaram a área de Chimanimani há muitos milhares de anos até ao primeiro milénio.
Falando sobre os objectivos de Moçambique para este evento, Mateus Mutemba, o Director Geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), disse: “Viemos para este evento tendo em vista dois segmentos principais, nomeadamente investidores e turistas. Trazemos um conjunto de oportunidades de investimento em turismo baseado na natureza (contemplação e de caça), mas também trazemos os nossos parques e reservas nacionais com as suas atracções e comodidades para os turistas que se interessam em África, destacando o que de distinto nós temos a oferecer em termos de turismo de interior e de costa. Em particular destacamos as oportunidades de investimento no Parque Nacional de Chimanimani, realçando o facto deste constar entre os 100 lugares do mundo eleitos pela Revista TIMES como os melhores destinos a visitar em 2021”.
Sobre os objectivos da participação de Moçambique o Director Geral da ANAC acrescentou que: “Em relação aos mercados para o turismo de caça em esforço conjunto com a Associação dos Operadores de Safaris de Moçambique vamos direcionar a nossa abordagem para os países da Europa do Leste, incluindo a Hungria, a Rússia, entre outros assim como dos países do médio oriente. Vemos uma necessidade de abordar de forma mais incisiva estes mercados que têm sido consistentes nos últimos anos, tendo em conta a tendência de redução dos actuais principais mercados emissores de turismo de caça onde há um crescente movimento de banimento da importação de troféus de vida selvagem em alguns países ocidentais.
Usaremos também esta oportunidade para fazer alianças com outros países que praticam caça responsável para juntos demonstrarmos como a manutenção da caça responsável e devidamente regulada desempenha um papel importante na gestão do crescimento das espécies, no combate á caça furtiva e comércio ilegal de produtos de vida selvagem bem como na economia dos nossos países e no desenvolvimento social e económico das comunidades que vivem em áreas adjacentes às nossas coutadas ou fazendas do bravio, áreas em que se pratica a actividade de caça.”
“Estamos também a acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos e pesquisas relevantes para o nosso sector e a familiarizar-nos com o trabalho que outros países e empresas têm feito no âmbito da cadeia de valor da indústria de vida selvagem, tendo em vista a maximização das oportunidades geradas por aquele sector para a economia local e geração de empregos no processamento por exemplo, em actividades como a taxidermia, por exemplo” - afirmou o Director Geral da ANAC.
O Presidente da Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS), Adamo Valy, disse que a participação da sua agremiação junto com a OPHAA “visa mostrar o papel fundamental que os operadores privados têm na preservação da biodiversidade e como a actividade de caça responsável contribui para a economia dos países, principalmente no crescimento económico e social das comunidades envolvidas”.
Em Moçambique a actividade de caça é regulamentada pelo Decreto 82/2017 de 29 de Dezembro o qual aprova o Regulamento de Caça, e estabelece os termos e condições para o exercício da actividade, com salvaguarda da protecção e conservação da biodiversidade faunística, no quadro do desenvolvimento sustentável. A actividade de caça é praticada nas áreas de conservação de uso sustentável como são os casos das Coutadas Oficiais e as Fazendas do Bravia, bem como nas zonas de utilização múltipla. As receitas do turismo cinegético (de caça) constituem 80% da contribuição para a receita global do sector das Áreas de Conservação, tendo em 2020 totalizado 72,441,201.00 de Meticais, o que representou uma queda de 60.2% em relação a 2019. Em consequência da Pandemia da COVID 19 a receita específica do turismo cinegético registou uma queda ainda maior, na ordem de 75.4%, dado que a maior parte dos turistas caçadores são provenientes da América, Ásia, Europa e África do Sul, regiões que foram e estão sendo afectados pela pandemia.
A Associação Moçambicana dos Operadores de Safaris (AMOS) é parceira da ANAC e representa o sector privado que desenvolve actividades de promoção do turismo cinegético, contemplativo, desportivo e cultural em prol da conservação da Biodiversidade e do desenvolvimento das comunidades rurais do País. A AMOS através da caça desportiva tem contribuído para o desenvolvimento económico do Pais por induzir a atração de investimento para as zonas remotas do Pais que permitem a criação de postos de trabalho e geração de renda partilha de benefícios da explora dos recursos naturais com as comunidades locais e pela participação dos seus membros na gestão das áreas de conservação de uso sustentável como são as coutadas oficiais e fazendas de bravio.
A ANAC é uma entidade do Governo que foi criada com o objetivo de administrar os Parques e Reservas, Coutadas Oficiais, Fazendas do Bravio e demais Áreas de Conservação legalmente criadas e colocadas sob a sua administração.
A rede nacional das áreas de conservação em Moçambique ocupa pouco mais de 18 milhões de hectares, que correspondem a cerca de 25 por cento do território nacional. A rede das áreas de conservação é formada por 9 parques e 5 reservas nacionais, duas áreas de protecção ambiental, cerca de 50 fazendas do bravio e cerca de 40 coutadas oficiais entre comunitárias e privadas. (x) Fonte: ANAC