A garantia foi deixada, hoje, em Namaacha, pelo ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Celso Correia, que falava durante a inauguração de uma unidade de produção de frango.
Com uma capacidade para produzir seis mil toneladas de frango por ano, o empreendimento da Higest Moçambique, ora inaugurado, actualmente com dois pavilhões, terá mais 10, cada um com capacidade de albergar 56 mil pintos em cada ciclo de produção. A cerimónia foi testemunhada pelo ministro da Agricultura, Celso Correia, e pela Secretária de Estado da Província de Maputo, Vitória Diogo. Depois da sua inauguração, os governantes visitaram o empreendimento e ficaram impressionados com o que viram.
O Centro de Produção de Frangos de Mafavuka dispõe de pavilhões automatizados em ambiente controlado e tecnologia igual a que é usada em países europeus mais desenvolvidos na actividade avícola.
Na sua intervenção, Celso Correia tranquilizou os criadores de frangos do país avançando que o Governo está determinado a combater o contrabando daquele produto, um fenómeno que prejudica a produção nacional.
“Há sensivelmente 18 meses, quando reunido com a AMIA- Associação Moçambicana da Indústria Avícola, na província de Manica, Cidade de Chimoio, em nome do Governo, tive a oportunidade de lançar o repto ao sector avícola para explorar todas as avenidas possíveis para o crescimento sectorial. Aquando deste encontro, um dos principais constrangimentos que o sector apresentou ao Governo, foi o crescente impacto negativo do mercado informal através do contrabando que representava uma das maiores distorções do mercado com impacto em toda a cadeia produtiva do sector avícola”, iniciou o dirigente tendo acrescentado que “o contexto de há 18 meses atrás impunha uma acção firme e dedicada do Governo de Moçambique conjuntamente com todos os intervenientes do sector, com vista ao combate a este contrabando. Pois, é chegado o momento de exaltar o trabalho conjunto que envolveu quadros do Ministério da Agricultura, quadros do Ministério do Comércio e da AMIA, Ministério do Interior e em particular, na Província de Maputo, que era um dos principais corredores de importação de frango ilegal.”
Noutro desenvolvimento, o governante destacou que não obstante os constrangimentos impostos pela COVID-19, os moçambicanos terão frango suficiente nas festas de fim do ano.
“Num momento de grandes incertezas globais e nacionais por conta das grandes adversidades que marcam a vida dos moçambicanos, fica cada vez mais evidente que somente a política de resultados nos serve como nação. A inauguração deste centro de produção ocorre num momento em que, também, assinalamos o registo do crescimento do volume de produção avícola em 16,5% para o primeiro semestre quando comparado ao período homólogo. Assumindo o histórico de produção, os números irão naturalmente crescer neste último trimestre que é marcado pelo aumento do consumo desta proteína animal, podendo o sector crescer este ano acima de 20%.
Portanto, teremos um grande ano na produção de frango que deverá representar a estabilidade do abastecimento do mercado, em particular na época festiva que se avizinha”, garantiu Correia.
O governante reconheceu ainda as dificuldades enfrentadas pelos criadores de frangos para adquirir ração no mercado nacional, principalmente devido ao custo das matérias-primas. “Temos consciência do caminho longo por percorrer, desde assegurar a matéria-prima em forma de ração (soja e milho) que durante esta campanha representou um desafio para este sector. Por conta da oscilação dos preços da soja e milho, mas os progressos registados em todas dimensões são indicadores do caminho que devemos prosseguir com persistência e foco nos resultados. Devemos ainda consolidar os ganhos alcançados no combate ao contrabando, que representam um dos principais constrangimentos para o desenvolvimento do sector. Reafirmamos a nossa visão de, a médio prazo, transformar Moçambique numa referência de produção desta proteína animal”.
O centro de produção de frango de Mafavuka está orçado em 10 milhões de dólares, equivalente a 640 milhões de meticais. Com a conclusão dos 12 pavilhões, com capacidade para produzir 500 toneladas por ano, a unidade irá elevar a produção de frango no país em 10%.
MAPUTO COM MAIS 13 TRACTORES E MAIS DE UMA CENTENA DE NOVOS EXTENSIONISTAS
Ainda na mesma cerimónia, o Governo entregou à província de Maputo meios materiais e humanos para o aumento da produção agrícola. São no total 13 tractores que foram alocados a pequenos agricultores e 150 motorizadas para igual número de extensionistas que prestaram juramento nesta quarta-feira.
Na ocasião, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural disse que os profissionais poderão ajudar no alcance dos objectivos de produção do país. “Foi um momento ímpar, testemunhar o juramento destes extensionistas, contratados no âmbito do Sustenta, e também participar na entrega dos primeiros meios de produção financiados pelo Sustenta, que se juntam aos 92 extensionistas existentes, representando um crescimento de 111% na província de Maputo. Gostaríamos de destacar que destes, 48% são mulheres. De referir que a nível nacional, o incremento será de 2.086 Agentes de Extensão, passando a contar com um total de 3.941 extensionistas”, detalhou o governante
Na mesma linha, a administradora do distrito de Namaacha disse esperar melhorias com alocação de meios e extensionistas. Para a dirigente, os meios humanos e materiais “contribuirão para o aumento da produção e produtividade agrícola saindo das actuais 317.261 toneladas da campanha 2019/2020 para 351.999 toneladas na campanha agrícola 2021/2022 através da melhoria da cobertura da assistência técnica que passará de 7.594 produtores para 8.900”, precisou, tendo depois destacado a necessidade de incremento de insumos agrícolas, que garantam o controlo de pragas e sanidade animal, “melhoria de vias de acesso para permitir o escoamento dos produtos agrícolas, aprimorar e introduzir sistemas de produção agrícolas resilientes ao impacto das Mudanças Climáticas”.(x) Fonte: OPais