Em entrevista à VOA, Verónica Macamo afirma que o caso das dívidas ocultas não afasta investimentos do país devido ao julgamento que decorre, o que desmonstra transparência, e que o tempo de permanência das tropas do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Asutral (SADC) em Cabo Delgado vai depender da análise da situação no terreno.
“O que foi acordado quer com o Ruanda quer com a SADC é que o tempo seria visto em função da disponibilidade no terreno, mas o que posso dizer é que nós estamos a trabalhar coma União Europeia, com os Estados Unidos, com outros países para a formação das nossas forças armadas e capacitá-las para estarem em condições de defender as populações e o território contra o terrorismo”, diz Macamo, acrescentado de que, segundo sabe, “até aqui não há este posicionamento”.
Durante a sua permanência em Nova Iorque onde participou na Assembleia Geral das Nações Unidas, a chefe da diplomacia moçambicana manteve contactos com o Governo americano e com empresários dos Estados Unidos, na procura de investimentos para o país.
Dívidas ocultas e investimento estrangeiro
Nesses encontros, ela afirma ter destacado a reforma fiscal em curso para atrair investimentos e lembra que “há muito por onde investir, na agricultura, pescas, indústria, infraestutura, turismo, um terreno que oferece muitas oportunidades”.
Questionada, Macamo assegura que o caso das dívidas ocultas, que lesou o país em cerca de 2,2 mil milhões de dólares, não coloca em causa o investimento externo em Moçambique.
“Se eu fosse investidor pensaria que num país onde onde há julgamento público, que tudo sai para ser conhecido, de facto é o melhor sítio para investir. Penso que o julgamento vai tirar ilações, tirar conclusões sobre o que aconteceu, nós estamos interessados nisto, e vai tomar as medidas de acordo com as disposições legais, por isso, nao parece que seja um problema”, assegura a ministra, quem sublinhou estar apostada na ”diplomacia económica”.
Na entrevista, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação confirma ter recebido muito apoio para a candidatura de Moçambique a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2023, “onde poderemos levar a nossa experiência na resolução de conflitos”, marca a posição do seu Governo em defender mais vacinas, através da libertação dos direitos e da produção em África, bem como uma distribuição equitativa, e aborda a campanha do Executivo para conseguir recursos para financiar o plano de recuperação de Cabo Delgado, orçado em 300 milhões de dólares.(x) Fonte: VOA