As obras de reabilitação de vias de acesso localizadas nas zonas afectadas pelo terrorismo em Cabo Delgado já começaram e a prioridade do Governo são EN380 e a R672, que estão intransitáveis há cerca de um ano, e o sistema de abastecimento de água da vila de Mocímboa da Praia.
“Nossa prioridade é reabrir o mais rápido possível a EN380 que liga os cinco distritos da zona norte da província, porque a via está interrompida exactamente sobre o rio Messalo, que, estando na época chuvosa, poderá transbordar a qualquer momento, começamos com a reabilitação dos desvios, que foram feitos para dar lugar à construção de duas novas pontes, cujas obras foram abandonadas devido aos ataques terroristas”, explicou o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, durante a sua recente visita às zonas que estavam sob o controlo do grupo armado.
Além da zona norte da província, segundo João Machatine “estamos a intervir na estrada Muepane Quissanga (R762), onde o empreiteiro já reabriu cerca de 15 quilómetros, está a tapar crateras e a remover troncos e arbustos que germinaram e reduziram a extensão da estrada e vai reconstruir duas pontes metálicas, uma sobre o rio Nangua e outra sobre o rio Montepuez”.
Em relação à água potável, o Governo vai iniciar a reabilitação do sistema de abastecimento de Mocímboa da Praia, parcialmente vandalizado.
“O sistema de abastecimento de água de Mocímboa da Praia foi vandalizado, mas não sofreu tanto assim. Registámos a destruição do posto de transformação de energia elétrica, roubo de baterias e acessórios do gerador do centro de captação. O maior problema são os filtros de água, que ficaram destruídos talvez por terem ficado muito tempo fora do uso. Os filtros são feitos de uma areia especial, que precisa de ser importada, mas, enquanto não chegam ao país, vamos trabalhar com dois filtros móveis que já saíram da cidade da Beira e deverão chegar a Cabo Delgado a qualquer momento”, prometeu João Machatine.
O custo para a reposição das estradas no norte da província de Cabo Delgado, que ficaram intransitáveis devido aos ataques terroristas, e os sistemas de abastecimentos de água, segundo levantamento preliminar do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, está avaliado em mais de vinte milhões de dólares norte-americanos.
“Nesta fase de emergência, precisamos de cerca de seis milhões de dólares norte-americanos para uma reabertura imediata das vias de acesso para permitir a circulação de pessoas e bens e cerca de um milhão e meio de dólares, para reactivar os sistemas de abastecimento de água, antes que a população comece a regressar às zonas de origem. Mas, para uma reposição definitiva, serão necessários mais 12 milhões de dólares para estradas e mais um milhão e meio para resolver disponibilizar água potável para os habitantes das zonas afectadas”, descreveu João Machatine.
Em Cabo Delgado, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, visitou os sistemas de abastecimento de água de Mocímboa da Praia, Muidumbe e Mueda, além da EN380, que vai até a Mocímboa da Praia, R762 que dá acesso ao distrito de Quissanga.
As duas vias de acesso estão interrompidas há mais de um ano, e a sua reabertura depende da construção de cinco pontes sobre os rios Nangua, Montepuez, duas em Messalo e Quinhevo, esta última supostamente destruída pelo grupo armado, que continua a protagonizar actos de terror, apesar da presença militar externa.(x) Fonte: O País