A Unesco premiou dois projetos lusófonos na sexta-feira (15) para o Prémio Internacional de Educacao para Raparigas e Mulheres. As duas instituições selecionadas foram Girl Move, de Moçambique, e Reprograma, do Brasil. As iniciativas foram escolhidas entre mais de 70 nomeações de todos os cantos do mundo.
O valor do prémio é de 50 mil dólares para cada uma das instituições. Segundo a chefe de Educação para Inclusão e Igualdade de Género da Unesco, Justine Sass, o objetivo da premiação é que ela valorize boas práticas de educação e ajude a disseminar boas iniciativas.
“O prémio é essencialmente sobre premiar inovação, premiar esforços que busquem fechar a desigualdade de género na educação e que realmente queiram promover igualdade de género na e pela educação. Então, quando uma iniciativa ganha o prémio é para promover o seu trabalho, mas também inspirar inovações em outros locais”, afirmou Sass.
O projeto moçambicano, Girl Move, empodera raparigas e jovens mulheres por meio do acesso justo a educação com mentorias, narração de história, rodas de mulheres e um modelo único de apoio entre diferentes gerações.
Para Sass, alem da quebra de estereótipos ligados a raparigas, um dos motivos que destacou o projeto moçambicano foi também a forma como ele foi ajustado para um mundo em uma pandemia.
“Foi realmente fantástico como eles se adaptaram e as mentoras conseguiram ficar em contato com as alunas por meio de tecnologias de baixo custo”, disse Sass.
Já o projeto brasileiro, Reprograma, foca em diminuir a desigualdade de género na tecnologia e diversificar as empresas brasileiras por meio do ensino gratuito de programação.
A fundadora e CEO do Reprograma, Mariel Reyes Milk, explicou que um dos objetivos do projeto é que o curso seja um instrumento para que essas mulheres encontrem empregos na área de tecnologia.
“Começamos (as aulas) presencialmente, agora são totalmente online. E a gente foca em mulheres em situação de vulnerabilidade, especificamente mulheres negras, mulheres transgénero, que realmente não estão representadas na área de tecnologia”, disse Milk.
Ela explica ainda que o projeto, alem de formar profissionais para o setor, acabou por formar também novas instrutoras. Muitas das ex-alunas tornaram-se professoras.
“É um orgulho dizer que realmente a maioria das professoras são ex-alunas e não só da Reprograma. Nossas ex-alunas estão hoje ensinando em coding schools como Athera, Masterteck, etc, então é um impacto transformador”, afirmou Milk.A premiação faz parte das celebrações do Dia Internacional da Rapariga e foi acompanhada pelo anúncio de um projeto colaborativo de educação de saúde para meninas na era pós Covid-19, financiado pela universidade de Pequim. Os países que participarão desse projeto estão a ser selecionados.(x) Fonte: VOA