Primeiro-ministro sudanês Abdallah Hamdok está em casa, mas sob "apertada vigilância"
Abdallah Hamdok está seguro em casa, anunciou na noite de terça-feira o gabinete do primeiro-ministro sudanês. O governante, que encabeçava o executivo de transição após as conversações de paz no início de 2020 no Sudão, foi detido na segunda-feira no seguimento de um golpe de Estado levado a cabo por militares.
Apesar de já estar em casa, acompanhado pela mulher, que também tinha sido detida, o primeiro-ministro está sob "apertada vigilância" por parte da junta militar, numa altura em que o general Abdel Fattah al Burhan, que terá encabeçado o golpe, instaurou o estado de emergência e dissolveu as instituições de transição no país.
Vários governantes continuam ainda detidos, tendo levado o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a pedir a sua libertação após uma chamada na noite de terça-feira com Abdallah Hamdok.
Na capital do país, Cartum, centenas de pessoas continuam a bloquear as principais estradas, manifestando-se contra o golpe de Estado e gritando "Não ao poder militar", segundo relatos dos jornalistas no local. Desde segunda-feira, morreram sete pessoas e houve mais de 140 feridos nas manifestações pró-democracia.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas mostrou-se "preocupado" com a situação no Sudão após uma reunião de emergência na noite de terça-feira, estando ainda a ser preparada uma declaração comum a todos os membros deste órgão das Nações Unidas. Esta declaração deve condenar de forma veemente este golpe de Estado.
Após a condenação internacional, o aeroporto de Cartum reabrir na tarde desta quarta-feira.(x) Fonte:RFI