Em Maputo, observadores admitem que este processo contra o Presidente possa ser um esforço daquela companhia para evitar que figuras sonantes sejam julgadas.
O jurista Borges Nhamirre conhece profundamente o dossier de Londres e diz que todos os outros réus deste processo deduziram as suas defesas, pelo que que Nyusi vai ter que apresentar também a dele, "sendo esta a primeira coisa a monitorar, depois de ter recebido a notificação da Privinvest".
Nhamirre refere que o antigo estadista moçambicano, Armando Guebuza, vai proceder da mesma maneira porque "está na mesma situação ou ainda pior, tendo em conta os montantes envolvidos, porque em Janeiro de 2021, a Privinvest, explicou que foi Guebuza quem pediu àquela empresa para financiar a Frelimo em 10 milhões de dólares".
Borges Nhamirre sublinha que existe a possibilidade de o Presidente Nyusi ser julgado, mas não põe de lado a hipótese de o assunto ser resolvido de forma amigável.
"Todo este esforço da Privinvest visa forçar o Governo de Moçambique a desistir deste processo e embarcar para a resolução extra-judiciária, para evitar que figuras sonantes sejam julgadas", enfatiza aquele jurista.
Entretanto, o Fórum de Monitoria do Orçamento, uma plataforma da sociedade civil moçambicana, exige que o Presidente Nyusi esclareça tudo o que estiver relacionado com este processo.
Os advogados da Privinvest dizem que as reivindicações da empresa “contra o Presidente Nyusi referem-se a pagamentos feitos em seu benefício, incluindo para financiar a sua campanha eleitoral presidencial em 2014, e dado que ele esteve no centro da criação e subsequente sabotagem dos projectos em Moçambique".
Como a VOA informou na quarta-feira, 27, em nota enviada à imprensa os advogados da Privinvest confirmaram ter notificado Nyusi no passado dia 19 das alegações feitas contra ele num processo movido junto do Tribunal Superior de Londres.(x) Fonte: VOA