Milhares de deslocados, devido ao terrorismo nalguns distritos de Cabo Delgado, estão a receber novos documentos de identificação, num programa conjunto da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e da Universidade Católica de Moçambique (UCM).
A maioria dos deslocados está sem documentos ou porque os perderam durante a fuga ou porque estão expirados ou ainda nunca os tiveram. É o caso de duas mulheres de Mocímboa da Praia, Nana Ali e Nambit.
Nana Ali, 22 anos, pode finalmente ficar aliviada. Recebeu novos documentos de identidade em Pemba, capital da província de Cabo Delgado.
Mãe de dois filhos, Nana fugiu em Março do ano passado, depois que os terroristas invadiram a vila de Mocímboa da Praia, sede do distrito do mesmo nome.
Nambit, de 21 anos, fugiu da sua aldeia também em Mocímboa da Praia, em Julho do ano passado, chegando primeiro a Palma, onde permaneceu nove meses até ter que fugir novamente, na sequência do ataque terrorista à esta vila-sede distrital, em Março deste ano.
Em Pemba, iniciou o processo para a obtenção de novos documentos de identidade, incluindo a Certidão de nascimento para a sua filha de cinco anos.
Com os novos documentos, as duas mulheres já podem procurar emprego.
Samuel Chakwera, representante do ACNUR em Moçambique, explicou que a documentação permite que os deslocados e residentes locais desempenhem um papel activo na reconstrução de suas vidas.
Actualmente implementado no bairro Mahate, em Pemba, o projecto oferece aconselhamento jurídico para os deslocados e seus anfitriões e facilita o acesso ao registo de nascimento e à documentação legal.
Desde Dezembro passado, foram assistidos quase 13.000 deslocados, a maioria dos quais mulheres e crianças.
Desde o início dos ataques dos terroristas em Outubro de 2017, cerca de 845.000 pessoas foram deslocadas.(x) Fonte: Jornal Noticias