aim logo

aim logo

segunda-feira, 01 novembro 2021 12:40

Exxon Mobil diz que continua empenhada no projeto de gás em Moçambique

Presidente executivo da petrolífera norte-americana disse ontem que a companhia continua empenhada no projeto de exploração de gás natural em Moçambique, apesar da derrapagem nos prazos da decisão final de investimento.

"Eu não colocaria grande fé nos rumores de mercado que se ouvem", disse o Presidente executivo da Exxon Mobil, Darren Woods, durante uma conferência com analistas.

A informação foi citada pela agência de informação financeira Bloomberg, após a notícia do Wall Street Journal que apontava para reavaliação do projeto por parte da administração da petrolífera, devido a preocupações ambientais e de retorno financeiro.

"Há muitas pessoas a falar e a maioria delas não tem um bom entendimento das discussões que estamos a ter", acrescentou o executivo, admitindo, entretanto, que houve uma "derrapagem" nos prazos estabelecidos, nomeadamente à decisão final de investimento (DFI), o momento a partir do qual a aposta é praticamente irreversível.

"Oportunidades" 

Na conversa com os analistas, Woods afirmou também que a Exxon vê "oportunidades" para um trabalho conjunto com a francesa TotalEnergies, que também opera no norte de Moçambique na mesma área de extração de gás natural.

Nesta sexta-feira (29.10), durante uma conferência em Verona, na Itália, o vice-presidente da companhia petrolífera desvalorizou as notícias que davam conta de um afastamento da exploração de petróleo e gás.

"Nós estamos nos hidrocarbonetos há mais de 130 anos, é a parte central do nossos negócios e vai sê-lo por muitos bons anos", disse Neil Chapman, argumentando que mesmo com a necessidade de uma transição energética, o mundo vai querer petróleo a baixo custo e pouco poluente.

Especificamente sobre Moçambique, Chapman afirmou: "Não sabemos a data para a DFI agora, mas não há mudanças e o que foi noticiado pelos órgãos de comunicação dos Estados Unidos não está correto".

Preocupações ambientais 

De acordo com a edição de dia 22 do jornal económico norte-americano, o novo conselho de administração, que inclui um administrador nomeado por um investidor ambiental, e dois outros administradores, já expressou as preocupações ambientais sobre vários projetos, incluindo o investimento na exploração de gás natural na bacia do Rovuma, no norte de Moçambique.

A Exxon já gastou 2,8 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) para adquirir uma posição importante no projeto Rovuma, o maior projeto de exploração de gás natural da África subsaariana, mas há vários anos que adia a decisão final sobre o investimento, que segundo o Governo de Moçambique pode ficar entre os 27 e os 33 mil milhões de dólares (23,2 a 28,3 mil milhões de euros).

Bacia do Rovuma

Os projetos de gás liderados na Área 1 pela petrolífera francesa Total e na Área 4 pela norte-americana Exxon Mobil e pela italiana Eni representam em conjunto cerca de 50 mil milhões de dólares (42,5 mil milhões de euros) de investimento na bacia do Rovuma, ao largo da província nortenha de Cabo Delgado.

Só o projeto da Área 1 teve decisão final de investimento e tem obras no terreno, representando o maior investimento privado em África, enquanto a Área 4 lançou a construção de uma plataforma flutuante, mas o grosso do investimento continua por decidir.

As petrolíferas têm de lidar com uma insurgência armada que desde 2017 afeta Cabo Delgado nas zonas em redor do empreendimento de gás, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islámico.(x) Fonte:DW

Visualizado 239 vezes