Trata-se de uma iniciativa financiada pela Comunidade Moçambicana residente na Itália, designada por Kissiko Tcha Waka (Porto das Mulheres) com durabilidade de 9 meses, que visa criar actividades de sustentabilidade para poder apoiar a geração de renda das mulheres vulneráveis e deslocadas que se encontram na cidade de Pemba, vítimas da violência armada no norte da província de Cabo Delgado.
O Coordenador da Comunidade Moçambicana em Cabo Delgado, Vasco Acha, falando esta Sexta-Feira dia 29 de Outubro de 2021, em conferência de imprensa, disse que as mulheres membros da iniciativa irão auferir um valor mensal para desenvolver algumas actividades comerciais para gerar rendas.
"Elas vão gerar as suas rendas, a partir de uma certa actividades de co-financiamento, cada uma delas terá um pequeno capital nesta fase piloto, por volta de 2 mil meticais mensalmente, esse valor não é para o consumo, mas sim é para elas poderem comprar bens para poder revender ou fazer qualquer actividade criativa seja artistica, culinária, produção agrícola ou comercialização agrícola, e no final do mês, elas virão prestar monitoria e também vamos bancalizar cada uma delas, de modo que tenham o príncipio de poupança, de que nem tudo o que é de negócio é consumível, tem que ter uma parte a guardar para poder gerar renda"- Disse Vasco Acha.
Zainaba Abdul, deslocada do distrito de Mocimboa da Praia e beneficiaria da iniciativa "Kissiko Tcha Waka", disse que o financiamento irá ajudar constantemente na progressão de negócios e da renda familiar.
"Agradeço por estar em Pemba e beneficiar-me desta cooperativa, o que tenho a dizer é que aqueles deslocados não podem ficar desanimados, o que podemos fazer é seguir em frente e mostrar que apesar de sairmos dos nossos distritos, sem livre vontade devido aos ataques terroristas, somos capazes de fazer o que fazíamos antes, neste caso o negócio. Com o financiamento que tive cá, penso em abrir um mini-bar ou Take Away, para poder ajudar-me na vida quotidiana"- Disse Zainaba Abdul.
"Sinto-me feliz pelo financiamento, de facto nós mulheres precisavam deste apoio financeiro para podermos criar negócio para sobreviver, depois dos ataques terroristas naqueles distritos, perdemos quase tudo, assim estamos em Pemba tentando ganhar a vida. Com este dinheiro que vão nos dar, penso em começar a fazer bolos e salgados, para poder vender nos mercados e encomendas. Eu como mulher, estou muito grata por este gesto"- Disse Sofia Anli, deslocada do distrito de Ibo.
Segundo o Coordenador da Cooperativa, a iniciativa é pública, todos deslocados que antes desenvolviam algumas actividades comerciais nos distritos afectados pela insurgência, poderão aderir a iniciativa e beneficiar-se do finaciamento. Até ao momento, 12 mulheres já aderiram a cooperativa e espera-se que mais mulheres deslocadas cheguem para fazer parte desta iniciativa. O valor total do projecto até então não revelado, também irá beneficiar homens deslocados que tenham iniciativas de empreendedorismo.(x)