O tom entre os principais líderes mundiais não é positivo para o arranque da COP-26, que decorre em Glasgow, com Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, a avisar que os objectivos sobre a redução de emissões de dióxido de carbono não vão ser alcançados e com Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, a apontar o dedo às ausências da China e da Rússia.
Ao contrário do que organizações internacionais, ambientalistas e jovens esperavam, o encontro em Glasgow sobre o futuro das alterações climáticas, a COP-26, não parece vir a marcar a agenda global de forma a evitar o aumento das temperaturas acima dos 1,5ºC.
Já entre o G20, grupo dos países mais ricos do Mundo, que se reuniu em Roma, os consensos sobre novas metas para travar o aquecimento global foram difíceis, deixando alguns líderes, como Boris Johson, primeiro-ministro britânico, claramente desapontados.
"Não tenhamos dúvidas, não vamos alcançar as metas e temos de ser honestos connosco", lamentou o mestre de cerimónias da COP-26.
No seu discurso perante as mais de 30 mil pessoas que vão passar por esta cimeira, Jonhson vai lembrar que "é meia-noite menos um quarto" no relógio da Humanidade e que o tempo de agir é agora.
Já Joe Biden, Presidente norte-americano, classificou a ausência de compromissos e de interesse de XI Jinping, Presidente chinês, e Vladimir Putin, Presidente russo, como decepcionante.
"Em relação à decepção, isso está ligado ao facto de que não só a Rússia não apareceu, como a China basicamente não propôs nada a nível de compromissos para chegar a um acordo", lamentou o líder norte-americano.
Outra ausência de peso é Recep Tayyip Erdoğan, Presidente da Turquia, que alega que as autoridades britânicas não lhe garantiram o nível de segurança necessário para se deslocar até Glasgow.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, já tinha avisado há dias que este encontro tem "sérios riscos" de não estar à altura dos desafios globais, caso os governos e os seus líderes não se empenhem numa verdadeira mudança face aos desafios das alterações climáticas.
De Glasgow deveria sair reforçado o objectivo já definido na COP-21, no Acordo de de Paris em 2015, de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC.(x) Fonte: RFI