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quinta-feira, 04 novembro 2021 05:02

FADM admitem agir contra militares suspeitos de saque a bancos

Líder das tropas moçambicanas, Joaquim Mangrasse, admitiu haver ações disciplinares ou criminais em curso, depois de confrontado com notícia da detenção de 30 militares por suspeita de saquearem bancos em Cabo Delgado.

"A missão das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM) é defender o país. Eventualmente, caso a caso, pode se responder de forma disciplinar ou de forma criminal", referiu hoje o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) aos jornalistas.

Joaquim Mangrasse falava à margem da cerimónia de lançamento da Missão de Formação da União Europeia (EUTM, sigla inglesa) na parada da Companhia de Fuzileiros na Katembe, Maputo.

No final do evento, foi confrontado por jornalistas com a notícia publicada no portal Carta de Moçambique, segundo o qual 30 militares envolvidos nos combates contra a insurgência armada em Cabo Delgado estão detidos na prisão de Mieze, arredores de Pemba.

"Penso que as autoridades tomam as medidas necessárias para continuarmos a merecer respeito", referiu, sem nunca confirmar ou desmentir explicitamente as detenções.

O CEMGFA disse que as forças moçambicanas estão comprometidas a realizar operações no terreno "de forma transparente, não temos medo disso", acrescentando ter "orgulho" nos seus militares.

Detenções

Os militares são suspeitos de envolvimento no saque a bancos comerciais durante o ataque de grupos insurgentes a Palma que em março provocou um número desconhecido de mortes, levando à fuga em massa da vila e à suspensão dos projetos de gás na região.

As detenções foram feitas após uma revista minuciosa aos militares que iam ser rendidos em Cabo Delgado, sendo encaminhados para Mieze todos os militares que tinham mais de 15 mil meticais (cerca de 202 euros) na sua bagagem, referiu o portal Carta de Moçambique, sem mais detalhes.

De acordo com a publicação, foram levados dos bancos 60 milhões de meticais (811 mil euros).

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.(x) Fonte:DW

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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