O Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou a um cessar-fogo na Etiópia e manifestou "profunda preocupação" com a escalada do conflito no país.
O Conselho de segurança expressou sérias preocupações com o conflito etíope e os impactos na situação humanitária, bem como na estabilidade do país e da região.
Nove grupos rebeldes etíopes, incluindo os da região de Tigray, anunciaram esta sexta-feira, que se aliaram contra o Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed, numa fase em que a guerra se intensificou.
Para ontem estava marcado uma reunião sobre "Paz e Segurança na África", mas o mais alto órgão de manutenção da paz das Nações Unidas decidiu adiar o encontro para segunda-feira.
Em comunicado de imprensa, os 15 membros concordaram em fazer um apelo para que as duas partes em conflito ponham fim "às mensagens de ódio e incitação à violência e divisão do país".
As Nações Unidas exigem ainda o acesso "seguro e desimpedido" da ajuda humanitária e a restauração dos serviços públicos.
O secretário adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários começou esta sexta-feria uma visita à Etiópia. Encontrou-se com o primeiro-ministro Abiy Ahmed para discutir a situação humanitária e as dificuldades no terreno com vista a levar ajuda às vítimas do conflito, especialmente na região do Tigray. Segundo a ONU, cerca de 20 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária.
O Governo está em guerra há um ano no norte do país contra os rebeldes da Frente Popular de Libertação de Tigray, que nos últimos meses têm avançado para além da sua região, caminhando inclusive para a capital, segundo fontes locais.
O Governo etíope nega qualquer avanço rebelde e disse que não iria recuar nesta "guerra existencial". Ambos os lados estão a ignorar os apelos dos Estados Unidos da América e da comunidade internacional para um cessar-fogo e dialogarem entre si para negociarem a paz.(x) Fonte:RFI