Em princípios de Agosto passado, cerca de mil guerrilheiros da Renamo, desmobilizados no âmbito do processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração, ou seja DDR, denunciaram no distrito de Dondo em Sofala que estavam sem seus subsídios há cerca de seis meses.
Quando os referidos combatentes foram desmobilizados, ao longo do segundo semestre do ano passado, foi fixado um subsídio mensal de acordo com o nível de cada um, que duraria um ano, período durante o qual o Governo deveria tratar o processo de pensões, de modo que, findos subsídios de um ano, suportados pelas Nações Unidas (NU), passariam automaticamente a receber as pensões vitalícias do Estado. Mas receberam apenas subsídios relativos a seis meses.
Há cerca de 10 dias, o Governo e as NU garantiram que os subsídios serão pagos e o presidente da Renamo, Ossufo Momade, que na semana finda esteve a trabalhar em Sofala garantiu igualmente aos desmobilizados que, “brevemente os subsídios serão pagos e as vossas pensões vitalícias começarão a ser pagas a partir de Janeiro de 2022”.
A promessa foi feita no posto administrativo de Macorococho, distrito de Nhamatanda, em Sofala, onde residem centenas de antigos guerrilheiros da Renamo que fixaram residência naquela região depois da guerra dos 16 anos.
Na ocasião, Ossufo Momade aproveitou para exortar aos guerrilheiros da Renamo desmobilizados no âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) que ainda não têm pensões, a regularizarem os seus processos.
“Não tenham medo de se aproximar aos órgãos sociais do partido tanto ao nível distrital assim como provincial. Regularizem as vossas pensões e façam uso racional dos vossos subsídios. Não apostem em novas esposas ou bebidas alcoólicas. Procurem actividades de geração de rendimentos para garantir a vossa sustentabilidade e das vossas famílias”, disse Momade.
Os índices de pobreza são muito altos em Macorococho, facto que levou Ossufo Momade a garantir a comunidade local, durante um comício, que irá manter encontros com os investidores nacionais e estrangeiros a fim de mobilizar investimentos para esta região.
O comício terminou com a apresentação pública de Geraldo Carvalho, como chefe regional de implantação do partido na zona centro. Refira-se que Carvalho abraçou a Renamo na década 80. Em 2009 ajudou a fundar o MDM que abandonou em 2017 e retornou ao principal partido da oposição no país.
Ossufo Momade trabalhou em Sofala durante toda a semana finda com objectivo de revitalizar as bases do seu partido.(x) Fonte:OPaís