O país está a testar todos os casos positivos da COVID-19 do mês de Novembro, para apurar se há ou não casos da nova variante. Ao todo foram testadas 232 amostras, até domingo, e nenhum deles acusou positivo para a Ómicron.
A informação foi avançada pelo director do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ilesh Jani. O especialista esclareceu que a testagem retrospectiva visa aferir se a variante já circulava no país, muito antes de ser descoberta, na África do Sul.
Segundo explicou Jani, diferente das outras variantes, a Ómicron tem uma particularidade no seu gene, o que torna a sua identificação mais fácil. Existe um teste PCR que amplifica o vírus e, no caso dessa variante, o teste não consegue ampliar o gene. É por isso que, devido a esta facilidade, o INS já está nesse processo.
“Testando, apenas retrospectivamente, um pequeno universo de amostras positivas, porque é isso que o país tem do mês de Novembro, mesmo que encontremos casos dessa nova variante, esses casos não serão muitos”, disse Jani.
Contudo, referiu que caso seja detectado, não constituirá surpresa, devido à proximidade e relação que o país tem com a África do Sul. Mas, fechar fronteiras não é solução, até porque países como Austrália e Singapura que inicialmente adoptaram essa estratégia desistiram, uma vez que ainda assim, haviam novas infecções.
“A experiência anterior mostra que o encerramento das fronteiras não funciona para prevenir a entrada de variantes. Nós como país reconhecemos e por isso, não temos usado essa estratégia de encerramento de fronteiras para controlar a pandemia”, salientou Jani.
O director do INS reafirmou que uma eventual quarta vaga da COVID-19, prevista anteriormente para Dezembro e Janeiro, é inevitável, independentemente da variante Ómicron. Contudo, ainda não há motivos para pânico, até porque o país está a viver um “período calmo”, já que os dados indicam que a cada mil pessoas testadas são detectados, em média, cinco casos, e até esta segunda-feira havia três internados em todo o país.
Ainda assim, o director do INS alerta que isso não significa que a situação continuará estável e, por isso, garante que o Sistema Nacional de Saúde já se prepara para responder à sobrecarga em caso da quarta vaga, o que já vinha acontecer muito antes da descoberta da variante Ómicron.
“Estamos a prepararmo-nos para uma vaga de alta transmissão. Estamos a preparar a nossa capacidade de diagnóstico e vigilância a nível do nosso sistema, a nível da comunicação”, concluiu Jani.
Em breve, o Governo vai reunir-se para discutir novas medidas a aplicar para atrasar o pico, principalmente nos meses de Dezembro de 2021 e Janeiro de 2022, conforme revelou a fonte, que lamentou o facto de os cidadãos estarem a descuidar-se das medidas de prevenção da doença.
Refira-se que os casos da variante Ómicron até aqui registados são todos de sintomatologia ligeira e outros foram assintomáticos, ou seja, muitos casos foram identificados num exercício de rastreio de contactos e outros no contexto de viagens.(x) Fonte:OPaís