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terça-feira, 30 novembro 2021 14:06

Cabo Delgado: Ataque faz dois mortos e destrói casas em Macomia

Homens encapuzados matam duas pessoas e incendeiam residências em comunidade no distrito de Macomia. Residentes suspeitam que ataque tenha sido perpetrado por membros dos grupos insurgentes em Cabo Delgado.

Um ataque feito por homens encapuzados e armados matou esta segunda-feira (29.11) duas pessoas e incendiou várias casas em Chitoio, Macomia, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, disseram residentes à Lusa.

Fonte das forças de segurança locais disse que o ato aconteceu durante a madrugada e a população suspeita que tenha sido perpetrado por membros dos grupos insurgentes que têm atacado a região e que desde julho fogem da ofensiva militar em curso.

"Estávamos a preparar-nos para uma cerimónia tradicional, que envolve levar crianças ao mato, quando ouvimos disparos nas imediações e de repente homens encapuzados chegaram e cercaram a aldeia. Começaram a disparar e o tiroteio provocou a morte de duas pessoas", disse a mesma fonte à Lusa, em língua local shimakonde, uma das mais faladas pela população do distrito de Macomia.

Além das duas mortes, duas crianças estão dadas como desaparecidas. Uma outra fonte residente na zona, que pertence ao posto administrativo de Chai, disse à Lusa que, após o sucedido, a população voltou a abandonar a aldeia, escondendo-se no mato, numa altura em que cerca de metade já estava a reconstruir as suas casas.

"É realmente triste, porque muita gente já estava a regressar, mas com o ataque voltou a abandonar", referiu.

Falta de reforço

O contingente de residentes que protege a aldeia tem tentado salvaguardar pessoas e bens, mas queixa-se da falta de reforços. "Só nós não podemos fazer nada, porque eles são muitos e estão equipados. Já demos a conhecer [a situação] aos nossos chefes em Macomia, mas ainda não há resposta", concluiu fonte da força local.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde outubro de 2017 por rebeldes armados sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico. O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocimboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.(x) Fonte:DW

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