Um juiz do Supremo Tribunal Federal brasileiro decidiu manter o inquérito contra o Presidente, Jair Bolsonaro, por vincular a vacina contra a covid-19 com a SIDA e determinou que a investigação siga para a Polícia Federal.
A decisão foi tomada pelo juiz Alexandre de Moraes face a um pedido feito na segunda-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a revogação de inquérito contra Bolsonaro.
Além disso, Moraes Alexandre determinou que a PGR envie, em até 24 horas, todos os documentos da investigação que questionava o inquérito contra o chefe de Estado, sob pena de desobediência à ordem judicial e obstrução de justiça.
O magistrado decretou ainda o encaminhamento dos autos à Polícia Federal para a continuidade das investigações.
No início do mês, o Supremo decidiu abrir uma nova investigação contra Jair Bolsonaro, por difundir notícias falsas, após ter exibido nas suas redes um suposto estudo que dizia que as pessoas que foram vacinadas contra covid-19 desenvolvem SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), justificando assim a sua posição contra a imunização.
A decisão foi tomada por Alexandre de Moraes, a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão da pandemia, que acusou Bolsonaro de "crimes contra a humanidade" e outros crimes, pela sua gestão alegadamente errática da covid-19.
"Não há dúvida de que as condutas denunciadas pelo Presidente da República, no sentido de difundir notícias fraudulentas sobre vacinação contra covid-19, utilizam o 'modus operandi' dos esquemas de difusão massiva nas redes sociais, sendo imprescindível a adoção de medidas que esclareçam os factos apurados, especialmente à luz da existência de uma organização criminosa", indicou o juiz na ocasião.
As declarações de Bolsonaro geraram uma onda de críticas de diferentes associações médicas e científicas, que rapidamente negaram qualquer ligação entra a vacina e a SIDA, e as rotularam como notícias falsas.(x) Fonte:SIC