Cabo Delgado: Ambientalista defende que mascara no chão danifica o meio ambiente e a biodiversidade
Segundo o Ambientalista Social Rui Silva, que falou exclusivamente à Zumbo FM Notícias, o abandono das máscaras no meio ambiente tem sido um problema à nível global, que para se decompor são necessários no mínimo 300 anos e que as mesmas se não forem retiradas para locais seguros, terá como destino os oceanos, afetando não só as espécies marinhas ou o planeta, assim como a própria população.
"O abandono das máscaras no meio ambiente tem sido um flagelo à nível global, não é só em Moçambique, mesmo nos países em que costuma se dizer já existe uma consciência ambiental bastante forte, aliás, devo acrescentar que a primeira cidade a queixar-se com excesso de máscaras abandonadas no meio ambiente foi Paris, supostamente uma cidade já com uma consciência ambiental forte, e ao abandonar este tipo de plástico, porque estas máscaras são feitas de plástico, que para se decompor são necessários no mínimo 300 anos e todas essas máscaras que nós vemos na rua, se não forem apanhadas pelos serviços municipais, muitas delas vão parar nos oceanos, afetando a nossa biodiversidade, afetando as nossas especies e afetando a nós também, através do peixe que comemos, através do sal marinho que utilizamos, estamos a consumir plástico, porque este peixe vai se alimentando também de micro e nano plástico" - frisou o ambientalista social Rui Silva
"A cada minuto que passa à nível global são 3 milhões de máscaras a serem descartadas e basta que 5 ou 10% dessas pessoas que estão a descartar as máscaras, as descartem mal, continuam a ser milhões mensalmente a estarem a danificar o meio ambiente, a estarem a afetar a nossa própria saúde e a estarem a infectar outras pessoas, há um estudo por exemplo no Brasil em que não só os catadores, como também os agentes de limpeza dos municípios, têm cerca de 6 vezes mais probabilidade de contrair o vírus, precisamente por estarem a fazer o serviço de limpeza, por estarem a apanhar máscaras que eventualmente podem estar infectadas" - sublinhou Rui Silva ambientalista social
O ambientalista entende que "É importante que as pessoas tomem a consciência que as máscaras descartáveis muita gente desconhece que tem uma garantia de protecção muito curta de apenas 5 a 6 horas e a pessoa que usar a mesma máscara durante vários dias, que apenas vai dar uma sensação de protecção mais nada, e não está a proteger-se. Seria importante as pessoas tomarem consciência no sentido de trocar a máscara descartável por máscara caseira, desde que cumpram as orientações das autoridades sanitárias, que são as mesmas da OMS, o ideal é que as pessoas tenham em casa 3, 4 ou 5 máscaras caseiras e todos dias lavem uma e usem outra, que é uma forma não só de reduzir o impacto das máscaras no meio ambiente, mas também de poupar algum dinheiro e ao mesmo tempo de estarem mais protegidas" - acrescentou o ambientalista
Rui Silva defende que as pessoas têm consciência da existência do virus6, mas que não sabem como fazer o bom uso das máscaras descartáveis
"Praticamente toda a gente já tem um vizinho que teve Covid, um familiar, um amigo, já há casos que são próximos de toda a gente, e têm essa consciência, as vezes não têm consciência que as máscaras descartáveis tem uma garantia de protecção muito curta. A pessoa vai a rua com uma máscara que já usa a três ou quatro dias, com consciência que está a cumprir tudo, mas não vai protegida, porque já passou de prazo aquela máscara" - concluiu Rui Silva ambientalista social.(x)
Vale frisar que segundo analistas, com uma média de decomposição que pode chegar a até 500 anos, dependendo do material, além dos impactos ambientais, o descarte incorreto das máscaras pode proliferar o vírus.