O Presidente dos Estados Unidos promulgou nesta quinta-feira, 23, um projecto de lei que proíbe a importação de bens produzidos por trabalho escravo uigur na China.
A Lei de Prevenção de Trabalho Forçado Uyghur, que obteve a aprovação final do Congresso na semana passada após um ano de negociações, proíbe todas as importações da região de Xinjiang da China para os Estados Unidos, a menos que as empresas possam mostrar ao Governo dos EUA "evidências claras e convincentes" que as suas cadeias de abastecimento não usaram o trabalho de muçulmanos escravizados em campos chineses.
Pequim descreve os campos como instalações de "reeducação" destinadas a combater o terrorismo.
A pressão renovada para responsabilizar a China por violações de direitos humanos ocorre antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Fevereiro de 2022 em Pequim.
No início do ano, os EUA condenaram o tratamento dado pelo Governo da China aos uigures e na semana passada o Presidente Joe Biden anunciou um boicote diplomático à prova olímpica, no que foi seguido pelo Reino Unido e pela Austrália.
O Governo da China condenou o projecto de lei e disse que os EUA são “hipócritas” por não abordar o trabalho forçado dentro das suas próprias fronteiras.
Grupos de defesa dos direitos humanos elogiaram a lei e disseram que ela é um ponto de partida importante para os países seguirem o mesmo em relação ao tratamento dado aos uigures pelos chineses.
“É um sinal para o resto do mundo que os EUA realmente vão tomar uma atitude quanto a isso”, disse à VOA Peter Irwin, um dos responsáveis do programa para defesa e comunicação do Projecto de Direitos Humanos Uigur.
A legislação marca um momento raro de união dos dois principais partidos na Câmara dos Representantes.
A presidente do órgão, a democrata Nancy Pelosi, também elogiou a legislação, dizendo que ela marca uma oportunidade para o Congresso dos EUA “continuar a condenar e a confrontar os abusos dos direitos humanos do Partido Comunista da China em Xinjiang e na região e a responsabilizão por tal.
“Se a América não falar pelos direitos humanos na China por causa de interesses comerciais, perderemos toda a autoridade moral para falar dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo ”, afirmou Pelosi em comunicado antes da votação.(x) Fonte: Voz de America