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sexta-feira, 24 dezembro 2021 05:20

Oposição lamenta falta de resultados do Governo moçambicano

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, destaca que os serviços secretos que deviam ter agido em prol da defesa da pátria não cumpriram o seu papel de reconhecer a tempo a ameaça de terrorismo ao país.

Para o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, a inação dos serviços de inteligência colocou o país numa situação de vulnerabilidade e perigo iminente, demonstrados pelo terrorismo que grassa em Cabo Delgado e, mais recentemente, no Niassa.

Ossufo foi mais longe ao dizer: "A este propósito, vale recordar o recente comportamento irresponsável assumido pelos agentes dos serviços de informação e segurança do Estado no endividamento do país".

O político considerou a atuação dos quadros seniores destes órgãos "chocante e repugnante" e acrescentou que as chefias do SISE foram "autênticos lesa-pátrias, avaliando pelos pronunciamentos dos réus e declarantes em julgamento", - uma referência aos processos que correm no âmbito das chamadas dívidas ocultas.

Impunidade para os criminosos?

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, secundou o seu rival político ao entender que: "Nestes últimos anos, os nossos serviços secretos adoeceram". Para Simango também, em vez de trabalhar no sentido de assegurar as suas responsabilidades na defesa da pátria, o SISE meteu-se em negócios e corrupção "ignorando as suas responsabilidades".

A falta de solução para uma onda de raptos que assola Moçambique também gerou críticas. Ossufo Momade lamentou a impunidade dos criminosos "... e a falta de identificação dos mandantes", que, a seu ver, abalam a confiança e a segurança da população. "Vezes sem conta os raptos têm sido em plena luz do dia e estranhamente nunca há esclarecimentos", rematou.

Momade acusou ainda o Governo e o partido no poder, a FRELIMO, de não estarem preocupados em combater a corrupção, afirmando que eles estão serenos face aos descalabros que resultaram nas dividas ocultas.

"É nosso entendimento que o Presidente da República devia ser a reserva moral do país", salientou o presidente da RENAMO.

A importância da paz
A paz foi outro tema central das comunicações dos líderes da oposição. Momade garantiu que está comprometido com a paz e quer que o processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR) prossiga e termine com maior rapidez.

"Finalmente, foram formados 36 oficiais vindos da nossa força residual a serem integrados na Polícia da República de Moçambique. É nossa expetativa que o processo de enquadramento nas Forças de Defesa e Segurança não seja interrompido e não conheça recuos em respeito aos entendimentos alcançados”" acrescentou.

O presidente do MDM, Lutero Simango disse que a paz e reconciliação nacional devem permanecer na agenda nacional, pois dizem respeito a todos os moçambicanos. "Pelo que não devem ser monopolizados. As janelas de diálogo devem ser abertas para engajar os nacionais para a sua libertação da instrumentalização", disse Simango.(x) Fonte: DW

 

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