Os participantes da "Conferência Nacional sobre a Refundação", apresentada como a fase final das consultas antes das eleições e um retorno dos civis ao poder no Mali, propôs quinta-feira em Bamako estender a atual transição de "seis meses para cinco anos".
Após sucessivos golpes em agosto de 2020 e maio de 2021, os militares governantes do Mali prometeram, sob pressão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e parte da comunidade internacional, entregar o poder a civis após as eleições presidenciais e legislativas inicialmente programadas para Fevereiro de 2022.
Mas a junta, liderada pelo Coronel Assimi Goita, finalmente informou a CEDEAO de que não era capaz de respeitar o calendário acordado e pediu às Assises Nationales que elaborassem um calendário eleitoral.
Em meados de dezembro, a CEDEAO reiterou o seu pedido de eleições em 27 de fevereiro para devolver o poder aos civis e ameaçou a junta com novas sanções se o calendário não fosse cumprido.
“Os participantes manifestaram-se a favor do alargamento do período de transição para a concretização das reformas institucionais que permitirão eleições credíveis, justas e transparentes. Os prazos apresentados variam de seis meses a cinco anos”, afirma um documento lido ao final da conferência, na presença do Coronel Goïta.
Apresentadas pelas autoridades como um momento crucial na transição desde o golpe de 2020, estas reuniões, que decorreram de segunda a quinta-feira em Bamako, foram boicotadas por muitas organizações do Mali.
Essas consultas devem produzir recomendações de reformas para remediar os males do país em turbulência desde a eclosão da independência e das insurgências jihadistas em 2012.
Os participantes da conferência também recomendaram "desenvolver novas parcerias militares com potências militares" e "dissolver todas as milícias e integrá-las ao exército do Mali", disse o relatório final.(x) Fonte:Africanews