Os casos activos da COVID-19 subiram cinco vezes mais em 20 dias após a última comunicação do Presidente da República. Havia 8.017 pessoas com o vírus no organismo no dia em que Filipe Nyusi manteve boa parte das medidas sobre a Situação de Calamidade Pública, mas os dados de ontem apontam para 39.220 infectados não recuperados. No mesmo período, os internados quadruplicaram.
Ainda não passaram os 30 dias em que vigora o actual decreto sobre a Situação de Calamidade Pública, mas os casos activos da COVID-19 quintuplicaram.
Ao todo, 39.220 são o número mais alto de casos activos que o país já registou desde 22 de Março de 2020, data em que eclodiu a COVID-19 em Moçambique.
Antes, tinham sido registados pouco mais de 18 mil casos activos, em Fevereiro e era, até há bem pouco tempo, o número mais elevado.
Mas esta é só uma parte dos dados assustadores da doença que arrasa o país e o mundo.
Mais grave é que o número de internados também disparou: a 20 de Dezembro, existiam 64 pessoas hospitalizadas e, até este domingo, as pessoas, que lutam pela vida na cama do hospital, são quase 250.
As mortes, de 20 de Dezembro a 9 de Janeiro corrente, subiram em cerca de 133, o que revela uma média de seis pessoas que não resistem e morrem a cada dia.
Contudo, as vítimas mortais abrandaram, quando olhamos para a época mais fatal que foi o mês de Julho de 2021. Naquela altura, os óbitos chegavam até mesmo a 34 por dia.
Os recuperados têm variado entre 06 e 4.118 de 20 de Dezembro a esta parte. Em 20 dias, recuperaram-se 18.606 pessoas, sendo a média diária de 930.
Entretanto, na terceira vaga da COVID-19, particularmente entre Agosto e Setembro de 2021, era predominante haver recuperações diárias que variassem entre 1000 e mais de 2.000.
O número de internados disparou de 64 para 248 em 20 dias e com os casos activos que aumentaram acima de cinco vezes.
Vale lembrar que, na sua comunicação, o Presidente da República tinha avisado que a qualquer momento podia apertar as medidas, dependendo da evolução dos casos. Enquanto não o fizer, espera-se que volte a falar em cerca de 10 dias.
Das medidas que tomou a 20 de Dezembro, o Chefe do Estado aboliu o recolher obrigatório para as noites de 24 a 25 de Dezembro e 31 do mesmo mês a 1 de Janeiro. Reduziu também o número de visitas a reclusos e internados nos hospitais.
MAIS DE 10 MILHÕES DA CASOS DA COVID-19 EM ÁFRICA
Este último fim-de-semana, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças do continente (África CDC) anunciou que a África registou, no total, mais de 10 milhões de casos da COVID-19.
Os dados publicados pelos centros africanos de controlo de doenças mostram que, até sábado, 10.028.508 pessoas foram registadas pelos 55 Estados-membros da União Africana, desde o início da pandemia.
No total, foram registadas 231.157 mortes, indicou o CDC. As infecções subiram em flecha desde que a variante Ómicron foi identificada na África do Sul, em finais de Novembro, levando alguns países do continente a imporem novas restrições, indica o Notícias ao Minuto.
No entanto, a vacinação em África, que conta com cerca de 1,2 mil milhões de pessoas, continua fraca, devido a um acesso limitado às vacinas e alguma relutância em usá-las.(x) Fonte:OPais