A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) deverá aprovar, hoje, a permanência no país, por mais três meses, da sua força militar, denominada SAMIM, que tem apoiado Moçambique na luta contra o terrorismo, que afecta alguns distritos do norte da província de Cabo Delgado.
A presente missão da SAMIM termina no próximo sábado, dia 15, mas a organização regional entende que apesar de importantes avanços que a força de desdobramento está a registar, com o apoio das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e do contingente do Ruanda, na frente militar, justifica-se a sua permanência, visto que existem ainda desafios para a erradicação do terrorismo.
Hoje, em Lilongwe, Malawi, Chefes de Estado e de Governo da SADC vão se reunir em cimeira extraordinária onde, para além de decidir sobre a extensão da SAMIM, irão igualmente recomendar os passos subsequentes para intensificar as operações visando erradicar da região o flagelo de terrorismo e extremismo violento.
Ainda ontem, igualmente em Lilongwe, realizou-se uma reunião da Troika do Órgão de Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança, alargada a Moçambique e países contribuintes com pessoal na Missão da SAMIM (Botswana, África do Sul, Malawi, RD Congo, Angola, Lesotho, Tanzania e Zimbabwe), num evento em que o nosso país se fez presente por uma delegação chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Nesta reunião, o Chefe do Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que igualmente preside o órgão, afirmou que a SADC reconhece que, pela sua magnitude, há aspectos de combate ao terrorismo que precisam de ser cobertos.
“Por conseguinte, o terrorismo não deve continuar a fazer-se presente na nossa região, uma vez que ele retrocede a estabilidade e os progressos que a SADC alcançou nas quatro décadas da sua existência”, disse.
O estadista sul-africano afirmou ainda que a decisão de desdobrar a Missão da SADC no nosso país “é e continua uma actividade nobre na nossa resposta regional colectiva no apoio a Moçambique no combate ao terrorismo”.
“A situação de segurança está a melhorar, o que permite que os deslocados internos possam regressar às suas zonas de origem e retomar as suas vidas, pelo que devemos renovar o compromisso de eliminar o terrorismo na nossa região”, frisou.
Ainda durante a reunião da Troika, o Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi, também chamou à atenção para a necessidade da organização regional se comprometer em manter as suas tropas no nosso país para garantir que a paz e segurança prevaleçam em Moçambique.
“Há um progresso consolidado e existe uma relação/colaboração entre a SAMIM, as FDS e outras forças. Entretanto, a nossa missão continua a necessitar de apoio para o cumprimento do seu mandato, sendo, por isso, urgente identificar as medidas necessárias para o sucesso da missão”, frisou.