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segunda-feira, 24 janeiro 2022 11:42

Desde a tragédia de Maluana, já morreram cerca de 100 pessoas na EN1

Contas feitas pelo “O País” revelam que, em apenas sete meses, morreram, só na Estrada Nacional Número 1, 97 pessoas vítimas de acidentes de viação. Mesmo sem ter terminado, o mês de Janeiro já causou a morte de 34 pessoas na referida estrada. Essa situação volta a reacender o debate sobre a sua reabilitação.

A nossa contabilização começa no 3 de Julho de 2021, uma data que ficou para história como um dos dias mais negros do país. Na Manhiça, em plena Estrada Nacional Número Um (EN1), 32 vidas foram interrompidas e dezenas de pessoas ficaram com sequelas que irão carregar para toda a vida. O sinistro provocou uma série de debates sobre as causas e culpados. O certo é que houve demissão da directora-geral do INATRO e o director nacional dos Transportes e Segurança.

No entanto, essa não foi a solução para o problema, porque, três meses depois, isto é, no dia 7 de Outubro, Manhiça assistiu a mais um sinistro. Desta vez, morreram seis pessoas e outras seis ficaram gravemente feridas depois de um despiste e capotamento de uma minibus, que seguia a direcção Maputo-Magude.

Ainda na Manhiça, um mês depois, isto é, no dia 6 de Novembro de 2021, mais sangue na EN1. Um aparatoso acidente matou 14 pessoas no local e outras três morreram depois, totalizando 17. O sinistro envolveu um transporte semi-colectivo de passageiros e uma viatura ligeira. Na ocasião, o Comandante-Geral defendeu a punição severa dos que chamou de irresponsáveis.

Mesmo assim, os acidentes na EN1 não pararam. No dia 4 de Setembro, um acidente de viação do tipo despiste e capotamento causou a morte de 5 pessoas e outras 21 ficaram feridas em Nampula.

No dia 14 de Dezembro de 2021, mais um acidente na EN1 na zona de Michafutene/Marracuene. No sinistro que envolveu um camião, um semi-colectivo de passageiros e uma viatura ligeira causou a morte de três pessoas e mais de uma dezena de feridos. O troço onde ocorreu o acidente não era iluminado.

Já na Zambézia, no primeiro dia do ano 2022, um embate entre um camião e uma viatura de transporte de passageiros causou a morte de cinco pessoas e houve ainda registo de oito feridos, entre graves e ligeiros, no distrito de Namacurra. Em resultado do embate, a viatura do tipo minibus ficou desfeita.

O início do ano 2022 reserva mais. No dia 11 de Janeiro, uma viatura de cabine dupla despistou-se e caiu de baixo de uma ponte por onde passa o rio Cuenga, na zona de 3 de Fevereiro, na Manhiça, e ficou submersa. Em resultado do sinistro, duas pessoas morreram.

No último sábado, na Zambézia, concretamente em Mopeia, uma colisão entre um camião e um transporte semi-colectivo de passageiros matou 27 pessoas. Face a esses cenários, o Governo já veio a público fazer promessas em relação a essa estrada.

“Há necessidade de se alargar a EN1, devido ao fluxo de viaturas que se fazem naquela via. Trata-se de um projecto cuja implementação o Governo está a avaliar. É possível que essa intervenção aconteça dentro deste mandato”, esperançou, no dia 04/07/2021, Janfar Abdulai, ministro dos Transportes e Comunicações.

Entretanto, as promessas não ficaram por aí. O dirigente garantiu, no ano passado, que no INATRO haverá uma entidade responsável por gerir, controlar e investigar os acidentes de viação, como forma de assessorar o Governo na tomada de decisões sobre a problemática.

A verdade é que os acidentes não param e a acção da referida entidade ainda não se faz sentir. Depois de serem acusadas de ter responsabilidade na alegada má formação dos automobilistas, as Escolas de condução defenderam reciclagens e testes psicotécnicos regulares aos automobilistas.

Face a essa sugestão, o Governo ainda não apresentou um posicionamento público. Contas feitas, desde o sinistro de Maluana até esta parte, o jornal “O País” reportou a ocorrência de oito acidentes, na EN1, que causaram 97 mortos. Um dado curioso é que, dos 97 óbitos registados, entre Julho do ano passado a esta parte, 57 ocorreram no distrito da Manhiça, província de Maputo.(x) Fonte:O Opais

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