Em Itália, o Parlamento inicia esta segunda-feira, 24 de Janeiro, o processo de votação para escolher o sucessor do Presidente Sergio Mattarella, numa sessão conjunta com 639 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais. O resultado da votação é muito incerto e pode fazer cair a coligação que governa o país.
Esta eleição pode parecer uma formalidade já que em Itália quem governa é o Presidente do Conselho, mas no contexto actual representa um grande desafio para a estabilidade do país. Itália é um dos países mais afectados pela pandemia de Covid, sendo, portanto, um dos principais beneficiários do plano de recuperação europeu.
Liderado por Mario Draghi desde Fevereiro passado, o país precisa mais do que nunca de estabilidade para implementar o programa de recuperação avaliado em 243 mil milhões de euros - entre fundos europeus e acções - que devem ser distribuídos até 2034.
Não há candidatos no sentido tradicional do termo, Silvio Berlusconi foi apontado como um nome capaz de gerar consensos à direita, mas o antigo primeiro-ministro retirou-se da corrida este sábado.
Há ainda a ministra da Justiça, Marta Cartabia, e Mario Draghi, o grande favorito para se tornar Presidente da República, mas a eleição de Draghi poderia representar, de acordo com vários analistas, o fim da coligação.
Outro elemento que confere particular importância a esta eleição são as repetidas crises políticas desde a chegada ao poder, em 2018, da Liga, partido de extrema direita, e o movimento populista Cinco Estrelas.
De acordo com a Constituição italiana, é necessária maioria de dois terços do Parlamento para eleger o novo Presidente. Se tal não acontecer ao fim de três votações, a partir da quarta apenas é necessária maioria absoluta , ou seja, metade dos votos mais um, o processo prevê-se demorado.(x) fonte:RFI