O Presidente Lazarus Chakwera do Malawi despediu todo o seu gabinete devido a denúncias de corrupção. O chefe de Estado jurou "enfrentar todas as formas de conduta ilegal por parte dos funcionários públicos".
"Dissolvi todo o meu gabinete com efeito imediato, e todas as funções das pastas revertem para o meu gabinete até eu anunciar um gabinete reconfigurado em dois dias", disse Chakwera esta segunda-feira (24.01) num discurso nacional.
O chefe de Estado acrescentou que o gabinete reconfigurado excluirá o ministro das Terras Kezzie Msukwa, que foi detido no mês passado num caso de suborno.
"Isto é para lhe permitir responder às acusações de corrupção que enfrenta em tribunal e limpar ali o seu nome", disse Chakwera.
Pressão da sociedade civil
A decisão segue-se a reuniões na semana passada com dois grupos influentes, a Conferência Episcopal do Malawi e a Comissão de Assuntos Públicos, que inclui grupos eclesiásticos que atuam como fiscalizadores do Governo.
Ambos os grupos expressaram preocupação quanto à indecisão do Presidente no combate à corrupção.
A ECM, uma assembleia de bispos católicos do Malawi, afirmou que as autoridades devem assegurar que ninguém seja "pressionado, intimidado ou influenciado" na busca de justiça.
"Que nenhum suspeito, por mais poderoso que seja, rico ou quem sejam as suas ligações, seja protegido ou protegido", disseram os bispos numa declaração.
Chakwera ganhou as eleições de 2020 ao fazer campanha sobre as promessas de combater a corrupção no país.
A detenção do ministro da terra foi o segundo escândalo de corrupção a entrar em erupção em menos de um mês. No início de dezembro, uma investigação de corrupção viu o antigo ministro das Finanças do Malawi e um ex-governador do banco central serem presos por alegações de que manipulavam contas para obter empréstimos do Fundo Monetário Internacional.(x) Fonte:DW