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sexta-feira, 28 janeiro 2022 09:02

Junta do Mali adverte dinamarqueses e franceses contra interferência interna

A junta do Mali aconselhou a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, a observar a "grandeza do silêncio" depois que ela acusou a liderança do exército no estado do Sahel de provocações.

Em uma entrevista transmitida na TV estatal na noite de quarta-feira, o porta-voz da junta, coronel Abdoulaye Maiga, também acusou a França de "reflexos coloniais" e de usar organizações regionais para dividir os malineses.

As relações entre os militares no poder do Mali e a França, a antiga potência colonial, se desgastaram desde que o exército tomou o poder em um golpe em agosto de 2020.

Mas as tensões aumentaram ainda mais desde dezembro, quando o bloco da África Ocidental, a CEDEAO, impôs sanções, incluindo um embargo comercial e fechamento de fronteiras, ao país devastado pelo conflito.

As medidas da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) foram uma resposta a uma proposta da junta de permanecer no poder por até cinco anos antes da realização de eleições - apesar de um compromisso anterior de realizar a votação em fevereiro.

Na terça-feira, Parly acusou a junta do Mali de multiplicar "provocações" depois de pedir a retirada das forças especiais dinamarquesas que operam no país.

Maiga respondeu no dia seguinte dizendo que Parly deveria prestar atenção aos versos do poeta francês do século 19 Alfred de Vigny sobre a "grandeza do silêncio".

O porta-voz estava fazendo uma aparente referência ao poema de Vigny "La Mort du Loup" (A Morte do Lobo), que contém o verso: "Só o silêncio é grande; todo o resto é fraqueza".

“Quando as pessoas tentam desesperadamente isolar o Mali manipulando organizações sub-regionais, acaba-se por perguntar quem está provocando”, continuou Maiga, referindo-se às sanções da CEDEAO.

O porta-voz da junta também repetiu a exigência de que a Dinamarca retire suas tropas, que chegaram ao Mali para se juntar à força Takuba liderada pelos franceses das forças especiais europeias.

O contingente dinamarquês chegou ao Mali no início deste mês, mas a junta disse que nunca havia assinado sua adesão a Takuba.

O Mali tem lutado para reprimir um conflito jihadista brutal que surgiu pela primeira vez em 2012, antes de se espalhar para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

A França tem milhares de soldados no Mali e nos países vizinhos do Sahel como parte de uma força antijihadista.(x) Fonte:africanews

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