OS rios Púnguè e Búzi, na província de Sofala, podem ultrapassar hoje os níveis máximos de água e provocar inundações nos povoados ribeirinhos, pelo que as autoridades apelam a população que se retire imediatamente das zonas de risco.
A Administração Regional das Águas do Centro (ARA-Centro) alertou que o rio Púnguè regista actualmente níveis muito altos e com tendência a subir como resultado das chuvas intensas que caíram nas últimas 72 horas (entre 100 e 200 milímetros), resultando no incremento do seu caudal.
Igualmente, devido à ocorrência de chuva resultante da passagem da tempestade tropical Ana o rio Búzi e seus afluentes (Lucite e Revue) registaram incremento dos níveis de água, situando-se 2 metros acima do alerta e com tendência a subir.
“Apelamos a todas entidades públicas e privadas, às autoridades locais, aos agentes económicos e ao público em geral para a tomada de medidas de precaução, devendo retirar-se imediatamente das zonas de risco de inundação e não atravessar os leitos dos rios”, indica uma nota da ARA-Centro.
O transbordo do rio Púnguè poderá causar inundações em vários povoados nos distritos de Nhamatanda e Dondo e condicionar a transitabilidade rodoviária na região.
A Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) emitiu igualmente um comunicado em que prevê o aumento dos caudais nas bacias dos rios Búzi, Púnguè, Zambeze e Maputo.
Prevê-se ainda inundações urbanas localizadas para as cidades de Pemba, Xai-Xai, Maputo e Matola devido à acumulação de águas pluviais, indica a nota.
Entretanto, mais de 120 mil pessoas foram afectadas pela passagem da tempestade tropical Ana, que fustigou o Centro e Norte do país, tendo matado pelo menos 20 pessoas e ferido outras 200, segundo dados partilhados ontem pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
Durante a sua passagem pelas províncias de Nampula, Zambézia, Manica, Sofala a tempestade destruiu completamente 5136 habitações e parcialmente 13.337 casas. Foram inundadas 4999 casas.
O rasto de destruição é enorme e inclui 1048km de estradas intransitáveis, 23 sistemas de abastecimento de água, 13 unidades sanitárias, 249 escolas, afectando 46.777 alunos. Foram inundados 38 mil hectares de terras de cultivo. Cerca de 11 mil pessoas estão alojadas em 12 centros de acomodação criados para o efeito nas províncias da Zambézia (6 centro), Tete (5) e Nampula (1). Desde segunda-feira foram resgatadas 293 pessoas. (x) Fonte: Jornal Noticias