A Rússia condenou esta quinta-feira a decisão do regulador alemão proibir a transmissão do canal russo Russia Today na Alemanha, considerando um "ataque à liberdade de expressão". Moscovo anunciou medidas iminentes de retaliação.
As autoridades russas condenaram a decisão de Berlim proibir a transmissão do canal Russia Today, considerando-o como um ataque à liberdade de expressão.
“Isto não passa de um ataque à liberdade de expressão que só podemos lamentar”, disse aos jornalistas o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, prometeu, no Telegram, que medidas de retaliação serão anunciadas ainda hoje.
Maria Zakharova criticou a posição da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa pela perante este caso, uma vez que a Rússia acredita que a decisão alemã é “motivada por considerações políticas”, já que as relações entre a Rússia e o Ocidente atravessam um período conturbado devido à crise na Ucrania.
Ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, falou de medidas de retaliação contra “os órgãos de comunicação alemães credenciados na Rússia", avançou a Deutsche Welle.
Moscovo prometeu punições para “os intermediários de serviços de Internet que apagarem, de forma arbitrária e injustificada, as contas do canal nas respetivas plataformas”, numa aparente referência ao gigante norte-americano YouTube, que suspendeu, no passado dia 16 de Dezembro, a conta alemã da Russia Today.
A transmissão via satélite do canal foi interrompida pouco depois a pedido das autoridades alemãs e na quarta-feira o regulador alemão dos media ZAK proibiu a transmissão online do canal em alemão e em aplicações de telemóvel, argumentando que a “autorização necessária” não foi “nem solicitada nem concedida”.
Inaugurado em 2005 como "Russia Today", o canal russo RT, financiado pelo Estado, emite em várias línguas, incluindo inglês, francês, espanhol, alemão e árabe.
O canal "Russia Today", considerado internacionalmente como uma ferramenta de propaganda do Kremlin, já foi alvo de polémicas em vários países, incluindo nos Estados Unidos, onde teve de se registar como um “agente estrangeiro”.(x) Fonte:RFI