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segunda-feira, 07 fevereiro 2022 12:05

Comoção nacional no Brasil após assassinato de refugiado congolês

Em dezenas de cidades brasileiras, houve protestos neste sábado para pedir justiça pelo assassinato de Moïse Kabagambe, refugiado congolês, espancado até a morte no dia 24 de Janeiro numa praia de Rio de Janeiro, no quiosque onde trabalhava

O assassinato de Moïse Kabagambe, congolês e refugiado político no Brasil há dez anos, comoveu o pais inteiro. O jovem tinha 24 anos e foi morto por ter pedido dois dias de salário em atraso. Terá sofrido mais de 30 golpes em todo o corpo e foi encontrado já sem vida, amarrado numa escada.

A mãe de Moïse, Ivone, falou aos manifestantes perto do quiosque onde ele brutalmente atacado, agradecendo a presença de todos e pedindo justiça para o filho falecida de forma trágica.

Ivone, mãe de Moise, agradece a participação dos manifestantes

Além da comunidade congolesa, muitos brasileiros negros participaram da manifestação. Tainara, estudante de Ciências Sociais, que estava na manifestação denunciou o racismo estrutural na sociedade brasileira.

"Aqui no Brasil, é cultural ver preto e pobre morto diariamente de forma covarde. Isso é só a expressão mais violenta do racismo. Nos somos ‘sub-cidadoes’ no nosso próprio mundo, não somos parte dessa naçao", disse a manifestante à RFI.

Três homens foram detidos pelo crime, apanhados em flagrantes pelas cameras de vigilância. Pelo menos uma testemunha disse ter visto o espancamento do jovem, mas os três homens disseram tratar-se de um assaltante. Apólícia continua a investigar as motivações deste crime.

A autarquia do Rio de Janeiro anunciou que o quiosque, na praia da Barra da Tijuca, passará a ser um memorial em homenagem a Moise e à cultura africana.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem uma residência particular na rua onde ocorreu o crime, ainda não se manifestou sobre o caso.(x)

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