A produção nacional de grafite vai registar, este ano, um aumento considerável, devendo ser na ordem de 128,6 por cento em relação ao programado para os últimos doze meses, segundo indicam as projecções do Governo.
São apontados como factores para a subida da produção de grafite a retoma das actividades nas empresas paralisadas devido aos efeitos negativos da Covid-19, facto associado à queda dos preços no mercado internacional.
Segundo o Executivo, a melhoria da procura deste mineral no mercado internacional tem impacto positivo no plano de produção.
Aliás, muito recentemente, a maior companhia de automóveis eléctricos do mundo, Tesla, assinou um acordo para a obtenção de material usado em baterias eléctricas a partir de grafite extraída na mina de Balama, em Cabo Delgado.
A empresa vai obter material activo de ânodo (AAM) da mina operada pela companhia australiana Syrah Resources Limited e que, segundo informações disponíveis, é o maior depósito do mundo de grafite de alta qualidade.
O material será levado para uma fábrica em Vidalia, no estado americano da Louisiana. A Tesla tem a opção de expandir a compra se a Syrah alargar a sua capacidade de produção. O complexo na Louisiana planeia usar grafite de Moçambique para se tornar na primeira fonte de fornecimento dentro dos Estados Unidos da América de ânodo de grafite para a indústria em rápido crescimento de veículos eléctricos e para a indústria de manufacturação de baterias de litiumion. Entendidos na matéria consideram que o acordo confirma a grafite de Moçambique como um produto de importância estratégica para uso nas novas energias.
Refira-se que, para além de grafite, os maiores produtores de veículos eléctricos estão também à procura de litium, cobalto e níquel para uso nas suas baterias.
O Governo moçambicano também prevê que a produção das areias pesadas (ilmenite, zircão e rutilo), incluindo concentrado, vai registar um crescimento este ano, fundamentalmente devido à retoma pela empresa Haiyu Mining das actividades numa das suas concessões que estava paralisada desde inícios de 2021 e aumento da produção mineira em Moma, como resultado do melhoramento das suas capacidades técnicas de produção e aumento do número de clientes no mercado internacional.
Sobre Balama, há que acrescentar que esta unidade mineira de grafite recomeçou em Março do ano passado, depois de uma interrupção em 2020 causada pela pandemia da Covid-19, que levou a uma redução de 65 por cento da força de trabalho.
A mina de Balama tem uma expectativa de produção de 50 anos e a concessão ocupa uma zona de 106 quilómetros quadrados.(x) Fonte: Jornal Noticias