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terça-feira, 29 março 2022 05:57

Finlândia ignora ameaça russa e avança para NATO

A Finlândia vai avançar com as negociações para aderir à NATO, mesmo que isso fira os interesses russos. A embaixadora daquele país em Moçambique diz que essa é uma forma de se proteger das constantes ameaças da Rússia aos antigos integrantes da União Soviética

Na mesma altura em que a Rússia atacava a Ucrânia por, supostamente, querer aderir à Nato, a Finlândia também anunciava a sua vontade de fazer parte da organização.

A Rússia disse, em Fevereiro, que a adesão da Filândia à NATO teria consequências militares graves. Ainda assim, a embaixadora daquele país em Moçambique, Eswatini e Madagáscar, Anna Kaisa, diz que seu Governo não teme.

“É uma decisão independente e a reacção vai ser uma outra coisa”, é a posição que a diplomata finlandesa apresentou à imprensa, na tarde de hoje, em Maputo, quando questionada sobre a ameaça russa.

Aliás, isso já não é uma cogitação, de tal modo que a Finlândia vai já começar com o processo a nível interno para, depois, avançar para a solicitação junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte.

“O nosso Governo vai começar, em Abril, esta discussão com o parlamento. O resultado, esse é imprevisível. Por ser um ou outro”, referiu Kaisa, destacando que é interesse da Finlândia fazer esta adesão junto da Suécia, que é um país vizinho e com muitos cruzamentos históricos, mas reconhece que pode ser que não ocorra nesses moldes porque “somos países diferentes”.

Recordemos, a Rússia justificou a invasão à Urânia como uma resposta àquilo que Mosvoco considera ameaça ao cinturão de segurança estabelecido entre o país e a NATO. Porém, a embaixadora da Finlândia em Moçambique entende que, na verdade, a adesão à NATO é uma consequência e não um factor das ameaças russas.

“Todos os países membros da aliança (União Europeia) decidiram, voluntariamente, aderir à NATO porque queriam ter maior protecção, essencialmente das ameaças russas, isto porque todos estes países têm uma histórico de ataques russos”, explicou, vincando que não faz sentido que a Rússia diga que a adesão à NATO é uma razão de guerra.

A Finlândia também já teve uma guerra com a Rússia, chamada Guerra do Inverno, em 1939. Foi um pouco parecida com a que está a ocorrer na Ucrânia, só que na altura, ao invés da NATO, os soviéticos temiam pela aproximação alemã. Depois desse conflito, a Finlândia tinha decidido não ter alianças militares.

Entretanto, “depois do ataque russo à Ucrânia, nosso posicionamento mudou de forma muito rápida e agora temos muito apoio interno para que entremos à NATO”, finalizou.(x) Fonte: OPais

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