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quinta-feira, 31 março 2022 10:50

Cabo Delgado: "Não há territórios sob controlo dos terroristas"

É, pelo menos, o que garantiu hoje o governador provincial de Cabo Delgado, numa altura em que as autoridades continuam a tentar criar condições para o regresso da população deslocada às suas zonas de origem.

Nenhuma unidade territorial de Cabo Delgado encontra-se ocupada pelos terroristas, garantiu o governador da província, esta quarta-feira (30.03), no arranque da VII Sessão Ordinária da Assembleia Provincial.

Valige Tauabo anotou ainda que os insurgentes que têm protagonizado ataques em aldeias e vilas de Cabo Delgado encontram-se fragilizados, fruto das operações das Forças Armadas de Defesa de Moçambique em curso, que contam com o apoio de tropas estrangeiras. 

"As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, juntamente com as forças irmãs da SADC e do Ruanda, continuam a clarificar as zonas ora ocupadas pelos terroristas, que se encontram em debandada à procura de refúgio e meios de subsistência", afirmou o político da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

"Não há nenhuma unidade territorial em Cabo Delgado que esteja sob controlo dos terroristas, grupo que se encontra fragilizado sem meios nem recursos para intentar contra a população, nem enfrentar as Forças Armadas, cada vez mais capacitadas e esclarecidas para eliminar o terrorismo", assegurou Valige Tauabo.

Retorno dos deslocados

O chefe do Conselho Executivo provincial lembrou que as famílias deslocadas querem voltar às suas terras de origem e que o Governo continua a tentar criar condições para que tal aconteça.

"Até 28 [de março] já se encontravam lá 45 líderes dos bairros de Mocímboa da Praia. Estão em forma de adiantamento, que é para, depois de aferirem melhor o posicionamento da vila ou do distrito, convidarem os seus membros a residirem", relatou o político.

António Supeia, secretário de Estado em Cabo Delgado, que discursava na plenária da Assembleia Provincial na qualidade de convidado, garantiu que já decorre o regresso aos postos de trabalho dos funcionários públicos dos distritos do norte da província.

De acordo com Supeia, esses funcionários "vão criar as condições básicas nas áreas de saúde, educação, água e saneamento, vias de acesso, energia e comunicações para o retorno organizado e assistido da população às zonas de origem".

"Esta ação tem lugar, numa primeira fase, nos distritos de Palma, Quissanga e Mocímboa da Praia e, posteriormente, estarão contemplados os distritos de Macomia, Muidumbe e Nangade", enumerou.

Manter a cautela

Enquanto a bancada da FRELIMO elogia os progressos alcançados no capítulo de segurança, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) denuncia a persistência de ataques armados em Cabo Delgado. Mas ambas as formações políticas concordam que é preciso reforçar a segurança nos distritos assolados pelo terrorismo.

António Muzorewa, chefe da bancada da RENAMO na Assembleia Provincial de Cabo Delgado, afirma que "em algumas zonas, ainda prevalecem as ações terroristas".

"Eles [os insurgentes] só mudaram de Mocímboa da Praia e saíram de Palma. Mas na zona de Nangade, por exemplo, continuam a fazer os ataques apesar de que não é como antes", relata Muzorewa.

Para o chefe da bancada da FRELIMO, Feliciano Macuamba, há que haver cautela no retorno a estas zonas.

"Nós nunca nos habituámos a esta vida de terrorismo. É a primeira vez que Moçambique vive esta situação. Por isso, requer muitos cuidados para o regresso da população. Chamamos a atenção [da população para] não voltar de qualquer maneira. É preciso uma garantia de segurança," adverte o político do partido no poder.(x) Fonte: DW

 

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