Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) diz que a Junta Militar da RENAMO é "um cancro que foi removido", que já "não existe mais".
"Não existe a Junta Militar. A Junta Militar, um cancro que tínhamos no país, foi operada, o cancro foi removido por completo, posso-vos garantir", disse esta segunda-feira (18.04) Bernardino Rafael, falando no arranque de uma ação de formação de polícias na província de Maputo, sul do país.
O comandante-geral da PRM considerou "oportunistas" pessoas que assaltam viaturas em algumas estradas da região centro do país, acusando-as de quererem ser "confundidas" com a Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
No final de março, o ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, considerou "não credíveis" informações sobre o reagrupamento da Junta Militar, depois de as Forças Armadas terem dito que o grupo continua ativo.
"Não temos nenhuma informação credível que nos dá a indicação de que há um novo líder da Junta Militar", afirmou Chume.
Processo de DDR
Grande parte das forças residuais da Renamo, incluindo alguns membros da Junta Militar, aderiu ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), acrescentou.
As declarações daquele governante contrariam o anúncio feito em fevereiro pelo diretor de Operações no Ministério da Defesa, Chongo Vidigal, que disse na altura que a Junta Militar nomeou um novo líder, depois da morte em combate do seu chefe, Mariano Nhongo, e que continua ativa.
"A última informação que temos é de que recentemente houve eleições internas e foram nomeados novos dirigentes da Junta Militar. Quer dizer que este grupo, para todos os efeitos, continua" ativo, referiu o brigadeiro Chongo Vidigal.
A autoproclamada Junta Militar da RENAMO foi responsável por mais de 30 mortes em ataques armados no centro de Moçambique entre 2019 e outubro de 2021, mês em que Mariano Nhongo foi abatido.
O chefe da junta contestava a liderança da RENAMO e exigia a renegociação do acordo de paz assinado entre o principal partido da oposição e o Governo, em agosto de 2019.(x) Fonte: DW