Os casos de malária registaram uma redução de 11%, de 2020 para 2021, no entanto a doença continua a ser um problema de saúde pública em Moçambique. Os dados foram divulgados esta segunda-feira, durante as celebrações centrais do Dia Mundial da Luta contra a Malária, que tiveram lugar hoje, na Cidade de Maputo.
No evento que contou com a presença de várias empresas do sector privado, parceiras do Ministério da Saúde nas campanhas de luta contra a Malária, reflectiu-se em torno dos desafios que o sector da saúde enfrenta no combate a este mal, que afecta, maioritariamente, o continente africano.
Durante a sua intervenção, o responsável pelo programa de combate à malária na região, da Organização Mundial da Saúde, Pedro Alonso, disse que o histórico da doença no mundo sempre teve o continente africano como palco.
Alonso disse ainda que, segundo dados da OMS, o número de casos por malária no mundo é de 627 mil, sendo 95 por cento dos casos pertencentes à África e 96 por cento destes acabam em morte.
Apresentando um estudo científico, a fonte disse ainda que o mundo se defronta com alguns desafios, que chamou de biológicos, no combate à doença, tendo destacado a resistência da doença aos fármacos (em alguns países) e a resistência do mosquito aos insecticidas. Relativamente a este ponto, a fonte diz que o trabalho deve ser de desenvolver outros tipos de insecticidas, mais fortes para responder ao problema, sendo que o mesmo deve acontecer quanto aos fármacos.
Um outro desafio biológico que Pedro Alonso citou é a existência de novos mosquitos, vindos da Ásia, que desafiam o sector a desenvolver fármacos e insecticidas contra esta nova espécie.
O ministro da Saúde, Armindo Tiago, com poucas palavras, secundou o estudo apresentado e disse que o país, igual aos outros em via de desenvolvimento, tem a malária como um problema de saúde pública.
O Governo, através do Primeiro-Ministro, conhece o problema e alista acções que estiveram por trás da redução, em 11 por cento do número de casos, entre 2020 e 2021.
“Apesar das várias adversidades, o Governo continua a manter o seu foco na luta contra a malária, promovendo e implementando várias acções, com destaque para campanhas de distribuição massiva de redes mosquiteiras tratadas com insecticidas, com prioridade para as mulheres grávidas; campanhas de pulverização intra-domiciliárias; disponibilização de medicamentos e testes nas unidades sanitárias e comunidades para o diagnóstico e tratamento adequado e atempado dos casos e introdução da quimioprofilaxia sazonal e o tratamento preventivo da malária para crianças”, referiu Adriano Maleiane.
Segundo o governante, como resultado destas acções de combate, de 2020 para 2021, os casos da malária caiaram de 11 milhões e 300 mil para cerca de 10 milhões e 100 mil. No entanto, “não podemos acomodar-nos tendo em conta que esta doença continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país”.
Maleiane avançou ainda que a malária continua a representar um peso para o sistema de saúde e afecta a economia e o processo de desenvolvimento do país, principalmente com as mudanças e eventos climáticos que expõem as populações ao risco.
O Primeiro-Ministro falava durante as celebrações, ontem, do Dia Mundial da Luta Contra a Malária, cujo lema foi “Construindo resiliência e equidade para acabar com a malária”.(x) Fonte: OPais