A direcção das Linhas Aéreas de Moçambique ainda não tem um plano para a reestruturação da dívida e espera que venha do IGEPE. João Pó Jorge assumiu, hoje, um compromisso de melhorar as contas da empresa até 2023.
Nas suas habituais visitas às empresas públicas e participadas pelo Estado, a Comissão de Plano e Orçamento da Assembleia reuniu-se, ontem, com a direcção da LAM para ouvir dela que estratégias serão aplicadas para tirar a empresa da falência técnica há muito assumida.
Sucede que, na verdade, a LAM não parece ter isso no seu controlo, sobretudo no que à dívida diz respeito. Na visita que a mesma Comissão efectuou ao Instituto de Gestão das Participações do Estado, foi noticiado que a LAM tem uma dívida avaliada em sete mil milhões de Meticais. E é sobre isso que a LAM não sabe o que fazer.
“Parte dessas dívidas temos estado a pagar, mas o grande volume dessa dívida não estamos a conseguir sanear, porque ainda não temos um plano de reestruturação, mas estamos a trabalhar com o IGEPE para reestruturar a dívida para fazer o pagamento em prazo mais longo e depois suportar essa dívida com os nossos próprios recursos”, explicou o director-geral da LAM, depois do encontro com os deputados.
Pó Jorge foi empossado em 2018, na altura, com a clara missão de salvar a LAM em três anos. Não fez e a culpa é atribuída à COVID-19. Aliás, em 2020, com o primeiro pico da COVID-19, no segundo trimestre, houve uma queda nas receitas de 72%.
“Quando começou a reestruturação, em 2018, nós queríamos em cerca de três anos atingir o break even, devido à COVID-19, isso não foi possível e pensamos que, em 2023, dependendo da velocidade com que a economia se vai recuperar, podemos atingir esse break even e isso exige muita disciplina financeira e muita regra na operação da empresa”, comprometeu-se.
E por falar em planos, a empresa tem em perspectiva aumentar a sua frota até 2030. Neste momento, a empresa opera com sete aeronaves. São dois Boeing 737-700 e três Embraer ERJ145. Há mais dois Bombardier Dash 8-Q400 e mais dois da mesma marca que deverão chegar na segunda metade do ano, quando as aeronaves deverão ser nove, distribuídas entre a própria LAM e as subsidiárias.
Mas, lançando um olhar para mais adiante, a direcção tem um plano mais ambicioso. Até 2030, a LAM deverá contar com 21 aeronaves. Até lá, deverá ser descontinuado o uso de Embraer e vai optar-se por Boeing (12) e Bombardier Dash (9). Com isso feito, a perspectiva é, também, entrar nas rotas há muito não exploradas pela LAM, como Lisboa e Dubai.
Para além da gestão do tesouro, os deputados fizeram grandes críticas à qualidade dos serviços que a companhia de bandeira tem estado a prestar aos seus passageiros.(x) Fonte: OPais