O país está a implementar reformas na legislação que versa sobre a promoção e protecção do ambiente, para responder aos desafios das mudanças climáticas, avançou a ministra da Terra e Ambiente. Ivete Maibasse diz que tende a aumentar o número da população com consciência ambiental.
Devido à sua localização geográfica, Moçambique tem sofrido ciclicamente, e de forma severa, mudanças climáticas, afectando cerca de 60% da população que vive na zona costeira. Os ciclones Idai, Keneth, Eloise, Gombe e Ana são alguns dos exemplos de eventos climáticos extremos que atingiram o país nos últimos anos.
A ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibasse, reconhece os desafios existentes, mas garante que o país registou avanços no campo legislativo, institucional e na elevação da consciência dos cidadãos.
“Podemos verificar que existe, por parte da população moçambicana, um crescimento progressivo sobre as mudanças climáticas e biodiversidade, incluindo a necessidade de proteger as espécies de fauna e flora de grande valor socioeconómico e em perigo de extinção no nosso país”, ressaltou Maibasse.
A ministra falava, ontem, em Maputo, durante a reunião de consulta nacional para a conferência internacional do clima Estocolmo +50, que assinala as cinco décadas da realização, em 1972, da primeira conferência sobre o ambiente, na Suécia.
Intervindo na ocasião, a embaixadora do país anfitrião, Mette Sunnergern, disse ser necessário que os Estados contribuam para travar ameaças a futuras gerações, o aquecimento global e o impacto da acção humana sobre a biodiversidade.
“Estamos a ficar sem tempo e são necessárias medidas urgentes. Estes desafios são globais e temos de os enfrentar com uma resposta global que impulsiona uma acção no terreno”, explicou a responsavel.
Por sua vez, a representante Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Narjess Saidane, destacou a necessidade de o país aprovar leis que sejam efectivamente implementadas, visando proteger o clima e a biodiversidade.
“Um ponto importante para discussão o facto de Moçambique ter leis que são muito bem-feitas, mas exigem muito apoio para a sua implementação ao nível de todo o território, e isso tem a ver com a capacidade de o país enfrentar as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais”, afirma Saidane.
A reunião nacional de consulta serve para preparar as contribuições da delegação de Moçambique que, entre os dias 02 e 03 de Junho, participa, na Suécia, na conferência internacional Estocolmo +50, sob o lema “Planeta Saudável para a Prosperidade de Todos, Nossa Responsabilidade, Nossa Oportunidade”.(x) Fonte: OPais